O comité eleitoral anunciou o novo adiamento na terça-feira à noite, prolongando a incerteza política no volátil país do Corno de África, que enfrenta uma das suas piores secas em décadas e uma insurreição de islamitas radicais, Shebabs.
Em finais de fevereiro, o governo tinha prolongado o prazo para a conclusão da nomeação dos membros da Câmara Baixa para 15 de março.
Nesse dia, terça-feira passada, 39 dos 275 lugares ficaram por preencher em três estados (20 em Jubaland, 13 em Hirshabelle e seis em Puntland), de acordo com os resultados oficiais.
Num novo calendário divulgado na terça-feira à noite, o órgão eleitoral federal anunciou que o "resultado final oficial" seria anunciado a 31 de março e que a cerimónia de juramento seria realizada a 14 de abril.
A conclusão das repetidamente adiadas eleições para a Câmara Baixa é um passo crucial para a eleição de um novo presidente. Sob o complexo sistema eleitoral da Somália, as assembleias estaduais federais e delegados de uma miríade de clãs e subclãs escolhem legisladores, que depois nomeiam o presidente.
A Somália espera há mais de um ano pela eleição de um novo Chefe de Estado.
Presidente desde 2017, Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido como Farmajo, viu o seu mandato expirar a 08 de fevereiro de 2021, sem ter conseguido chegar a acordo com os líderes regionais sobre a organização de eleições.
O anúncio, em meados de abril, da prorrogação do seu mandato por dois anos desencadeou confrontos armados em Mogadíscio.
Num gesto de apaziguamento, Farmajo tinha encarregado o seu primeiro-ministro, Mohamed Hussein Roble, de organizar as eleições. Mas as tensões entre os dois homens agravaram-se, atrasando o processo.
As eleições para a Câmara Alta deveriam ter sido realizadas até finais de 2021. No início de janeiro, Roble e líderes regionais tinham chegado a um acordo para completar o ciclo eleitoral para a Câmara Baixa, que começou em novembro, até 25 de fevereiro. Farmajo tinha declarado o seu apoio ao acordo.
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