Autoridades voltam a adiar a conclusão das eleições na Somália

As autoridades eleitorais da Somália adiaram a conclusão das eleições parlamentares para o dia 31 de março, atrasando mais uma vez o processo de nomeação de um novo presidente, aguardada há mais de um ano.

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Lusa
16/03/2022 11:55 ‧ 16/03/2022 por Lusa

Mundo

Eleições Parlamentares

O comité eleitoral anunciou o novo adiamento na terça-feira à noite, prolongando a incerteza política no volátil país do Corno de África, que enfrenta uma das suas piores secas em décadas e uma insurreição de islamitas radicais, Shebabs.

Em finais de fevereiro, o governo tinha prolongado o prazo para a conclusão da nomeação dos membros da Câmara Baixa para 15 de março.

Nesse dia, terça-feira passada, 39 dos 275 lugares ficaram por preencher em três estados (20 em Jubaland, 13 em Hirshabelle e seis em Puntland), de acordo com os resultados oficiais.

Num novo calendário divulgado na terça-feira à noite, o órgão eleitoral federal anunciou que o "resultado final oficial" seria anunciado a 31 de março e que a cerimónia de juramento seria realizada a 14 de abril.

A conclusão das repetidamente adiadas eleições para a Câmara Baixa é um passo crucial para a eleição de um novo presidente. Sob o complexo sistema eleitoral da Somália, as assembleias estaduais federais e delegados de uma miríade de clãs e subclãs escolhem legisladores, que depois nomeiam o presidente.

A Somália espera há mais de um ano pela eleição de um novo Chefe de Estado.

Presidente desde 2017, Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido como Farmajo, viu o seu mandato expirar a 08 de fevereiro de 2021, sem ter conseguido chegar a acordo com os líderes regionais sobre a organização de eleições.

O anúncio, em meados de abril, da prorrogação do seu mandato por dois anos desencadeou confrontos armados em Mogadíscio.

Num gesto de apaziguamento, Farmajo tinha encarregado o seu primeiro-ministro, Mohamed Hussein Roble, de organizar as eleições. Mas as tensões entre os dois homens agravaram-se, atrasando o processo.

As eleições para a Câmara Alta deveriam ter sido realizadas até finais de 2021. No início de janeiro, Roble e líderes regionais tinham chegado a um acordo para completar o ciclo eleitoral para a Câmara Baixa, que começou em novembro, até 25 de fevereiro. Farmajo tinha declarado o seu apoio ao acordo.

Leia Também: Somália pede ajuda para enfrentar seca

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