Os serviços hospitalares estão a tornar-se um "alvo de guerra", alertou esta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS), que diz ainda que o sistema de saúde da Ucrânia está "à beira do abismo", na sequência dos ataques que têm sido perpetrados pelas tropas russas.
De acordo com a BBC, a OMS verificou já a ocorrência de 43 ataques a hospitais e a outras instalações médicas na Ucrânia, tendo existido mais 46 situações desta natureza noutras partes do mundo, no contexto de situações de conflito.
Em causa está aquela que se apresenta como a taxa mais elevada de sempre de ataques a serviços hospitalares e de saúde, que são tidos como ilegais ao abrigo do Direito Internacional.
Na perspetiva de Mike Ryan, responsável pela resposta de emergência em saúde pública da OMS, estes ataques "inaceitáveis" sobre hospitais e outras instalações médicas estão "a tornar-se parte da estratégia e das táticas de guerra".
Para o especialista, estes tratam-se de ataques que vão contra o "mais básico dos Direitos Humanos" e que vão bem mas além do que a simples destruição de edifícios. "Tratam-se da destruição da esperança", sustenta.
E acrescenta: "O sistema de saúde na Ucrânia está à beira do abismo, está a ir excecionalmente bem, mas precisa de ser apoiado, precisa de ser amparado, precisa de ser dotado dos instrumentos básicos para salvar vidas".
Para além da Ucrânia, a OMS registou ataques semelhantes no Afeganistão, Burkina Faso, República Democrática do Congo, Líbia, Nigéria, Palestina, Sudão e Síria.
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