O tribunal indicou que 129 cubanos foram julgados por "terem cometido e provocado graves distúrbios e atos de vandalismo" em 11 e 12 de julho passado, nos bairros de Diez de Octubre e La Guinera, de acordo com um comunicado divulgado na quarta-feira.
Em julgamentos, que decorreram entre 14 de dezembro e 03 de fevereiro, 128 dos réus foram considerados culpados de sedição e roubo, e dois deles, Dayron Martin Rodriguez e Miguel Paez Estiven, foram condenados a 30 anos de prisão.
Os manifestantes derrubaram veículos, incluindo carros de patrulha da polícia, e atiraram pedras, garrafas e 'cocktails molotov' contra instalações policiais e funcionários do Ministério do Interior cubano, causando "ferimentos (...) e danos materiais significativos", disse o tribunal.
Em janeiro, o governo disse que 790 pessoas, incluindo 55 menores de idade, tinham sido acusadas devido aos protestos de julho de 2021.
A organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Cubalex, com sede em Miami, nos Estados Unidos, considerou excessivas as sentenças dos manifestantes de 11 de julho passado.
A diretora da Cubalex, Laritza Diversent, disse à agência de notícias France-Presse que as sentenças proferidas na quarta-feira abrem um precedente que terá consequências para a sociedade cubana.
A embaixada dos Estados Unidos em Havana escreveu, numa mensagem na rede social Twitter: "enquanto o regime de Cuba julga dezenas de manifestantes sob acusações injustas esta semana, sabemos que essas sentenças duras estão as ser usadas para assustar os cubanos".
Milhares de cubanos manifestaram-se em cerca de 50 cidades do país naquele dia para exigir mais liberdade e protestar contra os preços e a escassez de alimentos.
Sob o efeito da pandemia e do reforço das sanções norte-americanas, Cuba atravessa a pior crise económica em 30 anos, levando muitos habitantes a tentar emigrar a qualquer custo, alguns por via marítima, mas a maioria via América Central, para alcançar a fronteira norte-americana.
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