As sanções impostas devido à invasão russa abrangem cada vez mais setores, chegando agora ao mundo dos jatos particulares, deixando-o em alerta com os negócios com a Rússia.
Ao realizar uma pesquisa, um cliente da advogada de aviação Amanda Applegate descobriu que o modelo europeu mais recente de jato à venda, embora não registado na Rússia, era de facto de propriedade... russa.
De acordo com a Reuters, para esse comprador, foi o fim do acordo, disse Applegate, sócio da Soar Aviation Law, com sede nos Estados Unidos da América (EUA), já que o Ocidente impõe sanções abrangentes após a invasão da Rússia à Ucrânia.
De acordo com a empresa europeia de pesquisa e consultoria de dados WINGX, existem apenas cerca de 100 jatos executivos registados na Rússia. No entanto, cerca de 400 aeronaves corporativas voaram com frequência a partir do país no ano passado, levantando questões sobre o controle russo da frota.
"Acreditamos que uma boa proporção dos 400 pertence a indivíduos ou entidades com sede na Rússia", esclareceu o diretor administrativo da WINGX, Richard Koe.
Segundo o executivo de fabricação, os fabricantes de aviões estão a realizar questionários e a fazer verificações extra para garantir que as peças enviadas para centros de reparação fora da Rússia não são utilizadas inadvertidamente sustentando jatos abrangidos pelas sanções.
A maioria dos jatos executivos de propriedade russa são registados fora do país e são, muitas vezes, propriedade camuflada em empresas falsas, informa a Reuters. Analistas da Jefferies relatam que cerca de 5% dos jatos executivos europeus são registados na Rússia, contudo explicam que os que realmente pertencem a cidadãos russos podem chegar a triplicar esse valor.
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