Na sua conta da plataforma Telegram, Kadyrov afirmou que um familiar seu, Apti Alaudinov, está "na liderança de um milhar voluntários da república tchetchena" que estão "a caminho para participar na operação especial para a desnazificação e a desmilitarização da Ucrânia".
O dirigente tchetcheno, que governa aquela república do Cáucaso com mão de ferro, afirmou na segunda-feira que ele mesmo se encontra na Ucrânia, ao lado das forças de Moscovo, num aeródromo por elas tomado perto de Kiev.
Esta informação não pôde ser confirmada de forma independente e foi posta em causa por responsáveis ucranianos.
Ramzan Kadyrov, criticado pelas organizações não-governamentais (ONG) internacionais pelas graves violações dos direitos humanos que ocorrem na Tchetchénia, é um leal apoiante do Presidente russo, Vladimir Putin, e dispõe de uma milícia às suas ordens.
No início da ofensiva russa, circularam imagens nas redes sociais mostrando uma praça de Grozny, a capital tchetchena, cheia de soldados afirmando estar prontos para partir para a Ucrânia a qualquer momento.
As forças sob controlo de Kadyrov são acusadas de muitas atrocidades na Tchetchénia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de 4,8 milhões de pessoas, mais de 3,1 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram à Rússia sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 22.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares.
Embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou hoje pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos entre a população civil, incluindo várias dezenas de crianças.
Leia Também: Cidade de Izium precisa muito de corredor humanitário, diz organização