"Toda a economia global vai sentir os efeitos da crise através de um crescimento mais lento, interrupções no comércio e inflação mais acentuada, prejudicando os mais pobres e vulneráveis", salientaram os chefes do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), Banco Europeu de Investimento (BEI), Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa (CEB), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (WBG, na sigla em inglês).
Numa declaração conjunta, Odile Renaud-Basso (BERD), Werner Hoyer (BEI), Carlo Monticelli (CEB), Kristalina Georgieva (FMI) e David Malpass (WBG) disseram estar "horrorizados e preocupados com invasão russa da Ucrânia e a crise que se seguirá".
"Os impactos vão ser enormes -- desde a redução do abastecimento de energia e alimentos, até aumentos de preços e pobreza e uma obra maciça de reconstrução da Ucrânia, o que vai dificultar a recuperação pós-pandemia em todo o mundo", observaram.
De acordo com líderes, os Estados vizinhos da Ucrânia vão sofrer interrupções no comércio, nas cadeias de fornecimento e remessas, bem como um aumento nos fluxos de refugiados.
"A confiança reduzida e a maior incerteza dos investidores vão afetar os preços dos ativos, vão apertar as condições financeiras e vão poder até gerar saídas de capital de mercados emergentes", sustentaram.
O BERD aprovou um "Pacote de Resiliência da Guerra à Ucrânia -- BERD", inicialmente de dois mil milhões de euros, para responder às "necessidades imediatas" das pessoas afetas pela guerra e -- quando as condições permitirem -- apoiar a reconstrução da Ucrânia.
O pacote inclui um programa de Resiliência e Meios de Subsistência que abrange as áreas de segurança energética, segurança nuclear, serviços municipais, apoio ao financiamento do comércio e liquidez para as pequenas e médias empresas (PME's) na Ucrânia e em países vizinhos afetados.
O BEI tem preparado um pacote de solidariedade de emergência de dois mil milhões de euros, incluindo o fornecimento de 668 milhões de euro em assistência de liquidez imediata às autoridades ucranianas.
O pacote do BEI foi desenvolvido em conjunto com a União Europeia (UE). A instituição bancária está a acelerar a entrega de mais 1,3 mil milhões de euros de compromissos assumidos para projetos de infraestrutura.
Da assistência de liquidez de emergência, 329 milhões de euros foram desembolsados na semana passada. Estão previstos serem desembolsados mais 329 milhões de euros nos próximos dias.
O CEB, segundo os seus membros, forneceu subsídios de emergência aos países vizinhos da Ucrânia para cobrir as necessidades imediatas dos refugiados, incluindo transporte e destino.
"O CEB está preparado para também fornecer empréstimos flexíveis e de desembolso rápido para atender às necessidades financeiras significativas dos países vizinhos e de outros países que hospedam grande fluxo de refugiados, mantendo o foco no setor social", é indicado.
Em 09 de março, o FMI desembolsou cerca de 1,26 mil milhões de euros em assistência emergencial para ajudar a atender às necessidades urgentes de financiamento, inclusive para mitigar o impacto económico da guerra.
O FMI também está a trabalhar com a Moldova, que solicitou um aumento da ajuda através dos programas da instituição.
O Grupo Banco Mundial já movimentou mais de 833 milhões de euros para Ucrânia, incluindo o apoio orçamentário de desembolso rápido para ajudar o governo a fornecer serviço críticos ao povo ucraniano, dois quais cerca de 315,10 milhões de euros foram desembolsados. Este financiamento faz parte de um pacote de cerca de 2,70 mil milhões de euros de apoio para Ucrânia nos próximos meses.
O Banco Mundial também criou um fundo de financiamento para facilitar a canalização de doações para a Ucrânia, tendo obtido cerca 130 milhões de euros até agora.
"Estamos comprometidos em fortalecer a cooperação e a solidariedade internacional face a este enorme desafio", concluíram.
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