"A fome aumentou no mundo nos últimos três anos, mas a invasão da Rússia agora está a levar a fome a mais lugares do planeta", destacou Michael Fakhri, em comunicado hoje divulgado.
O especialista da ONU pediu, por isso, o fim dos ataques "antes que as consequências se tornem mais profundas e de mais longo prazo para a segurança alimentar global".
Fakhri lembrou que a Ucrânia e a Rússia estão entre os cinco maiores exportadores de cereais do planeta e alertou que o conflito entre os dois já está a ter consequências na oferta de alimentos em países como o Egito, a Turquia, o Bangladesh ou o Irão, que importam mais de 60% do trigo que consomem desses dois países.
O risco estende-se a outros grandes importadores como o Líbano, a Tunísia, o Paquistão ou países em conflito como o Iémen, alertou o relator.
A Ucrânia alertou na quinta-feira a Organização Mundial do Comércio (OMC) de que pode ser forçada a restringir as suas exportações de alimentos se o conflito se prolongar.
O Programa Alimentar Mundial da ONU (PAM) também alertou hoje, através do seu coordenador na Ucrânia, Jakob Kern, que "as consequências da guerra estão a espalhar-se e irão causar uma vaga colateral de fome no planeta".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia.
Embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou, até à data, pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos entre a população civil, incluindo várias dezenas de crianças, na sequência da ofensiva militar russa.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram à Rússia sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
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