NASA critica diretor da Roscosmos, mas assegura cooperação com russos
O diretor-geral da agência espacial russa tem feito ameaças à agência norte-americana no meio da guerra.
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Apesar das ameaças do diretor-geral da Roscosmos, Dmitry Rogozin, a NASA assegurou, na sexta-feira, que mantém uma cooperação saudável com os cosmonautas russos na Estação Espacial Internacional (EEI), mas não deixou de atirar farpas ao diretor-geral da agência espacial russa.
Em entrevista à Associated Press, o administrador da agência espacial norte-americana, Bill Nelson, disse que Rogozin "é assim". "Faz birras de vez em quando", afirmou.
Nelson admitiu a dependência dos Estados Unidos da América dos motores espaciais desenvolvidos pela Rússia para empresas norte-americanas - sendo que estas trocas comerciais não foram sancionadas por nenhum dos países, apesar de alguns contratos terem sido rasgados.
Mas, acima de tudo, a NASA diz que mantém a cooperação no espaço, e está garantida a segurança dos astronautas de várias nacionalidades a bordo da EEI.
"As outras pessoas que trabalham no programa espacial russo são profissionais. Eles não nos falham, seja aos astronautas norte-americanas ou ao controlo de missão", vincou Bill Nelson.
Este sábado, três cosmonautas russos viajam para a EEI a partir da base espacial de Baikonur, no Cazaquistão. É a primeira missão espacial para a estação desde o início da invasão russa.
A Estação Espacial tem-se mantido afastada de dilemas e problemas geopolíticos, havendo um consenso relativamente à segurança dos astronautas, seja no espaço, seja nas viagens de e para a Terra.
Mas Dmitry Rogozin tem ameaçado esse balanço de poder. O diretor-geral da Roscosmos ameaçou sair da Estação Espacial Internacional e atacar a mesma, mas o incidente mais polémico surgiu quando as bandeiras de outros países foram tapadas no foguetão Soyuz que levaria para o espaço satélites de internet. Os britânicos insurgiram-se contra a medida e retiraram o financiamento do projeto, impedindo a descolagem.
Entretanto, devido à guerra, a União Europeia anunciou a suspensão da próxima missão de rovers para Marte.
A situação mais preocupante prende-se contudo com a viagem de Mark Vande Hei. O astronauta norte-americano está na EEI à quase um ano - na terça-feira, quebrou o recorde de 340 dias no espaço - e está previsto que regresse à Terra no dia 30 de março, via Cazaquistão, com dois russos numa cápsula Soyuz.
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