Ucrânia. Zelensky defende que "sem negociações" a guerra "não vai parar"
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse hoje que "sem negociações" a "guerra" levada a cabo pela Rússia na Ucrânia "não vai parar", e insistiu estar "pronto para negociar" com o presidente russo, Vladimir Putin.
© Lusa
Mundo Ucrânia
"Estou pronto para negociações com Vladimir Putin. Desde os últimos dois anos que estou pronto e acho que sem negociações a guerra não será interrompida", disse Zelensky em entrevista ao canal americano de televisão CNN.
Como noticia hoje a agência francesa AFP, o presidente ucraniano defendeu a realização de várias rondas de negociações entre Kiev e Moscovo, considerando que os contactos entre os dois países, iniciados desde a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, "têm muito valor".
"Se houver apenas 1% de hipóteses de parar esta guerra, devemos aproveitá-la", frisou Volodymyr Zelensky na entrevista à CNN.
O presidente ucraniano enfatizou que, perante o avanço do exército russo em território ucraniano para "exterminar" a população, devem ser esgotadas todas as possibilidades de diálogo com o seu homologo Vladimir Putin.
"Mas se essas tentativas falharem, isso significará que o conflito na Ucrânia é uma terceira guerra mundial", alertou.
No sábado, Zelensky apelou a negociação entre os dois países, através de vídeo publicado nas redes sociais.
"É hora de nos unirmos. É hora de conversar. É hora de restaurar a integridade territorial e a justiça para a Ucrânia", disse o presidente ucraniano nesse apelo.
A Turquia, que tem intensificado os esforços de mediação entre Moscovo e Kiev, garantiu hoje que a Rússia e a Ucrânia "fizeram progressos" nas negociações até agora realizadas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 847 mortos e 1.399 feridos entre a população civil, incluindo mais de 140 crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Na sexta-feira, o Banco Central da Rússia considerou "extremamente difícil" fazer previsões macroeconómicas devido às sanções.
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