"A 11 de março, os invasores russos apontaram um tanque a uma casa de repouso de Kreminna e mataram pelo menos 56 pessoas. Fizeram isso deliberadamente e de forma cínica. Limitaram-se a colocar o tanque em frente ao prédio e começaram a disparar", disse o comandante da região de Lugansk, Serhiy Haidai, numa mensagem publicada na rede Telegram.
De acordo com Haidai, no momento não é possível chegar ao local para resgatar os corpos.
Os russos, segundo a mesma fonte, também raptaram 15 pessoas que sobreviveram ao ataque e levaram-nas para outro centro geriátrico em Svatove, no território atualmente ocupado pelos agressores.
Também a comissária de Direitos Humanos do Parlamento ucraniano, Ludmila Denisova, deu nota deste ataque que classificou como "genocídio" e pediu a criação de um Tribunal Militar Especial.
"Este é outro ato horrível de genocídio: o extermínio da população civil da Ucrânia. Para cada crime desse tipo, para cada vida inocente tirada, a liderança do estado agressor deve ser responsabilizada com toda a severidade do direito penal internacional", publicou Denisova na Telegram.
A comissária de Direitos Humanos defendeu que o Tribunal Penal Internacional deve levar este episódio em consideração na "investigação de crimes de guerra por líderes políticos e militares russos".
"Peço aos Estados-membros da ONU [Organização das Nações Unidas] que acelerem o estabelecimento do Tribunal Militar Especial. Os criminosos devem assumir total responsabilidade pelas atrocidades na Ucrânia", concluiu.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 902 mortos e 1.459 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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