Ucrânia rejeitou ceder, este domingo, ao ultimato da Rússia e recusa-se a entregar a cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país.
A cidade de Mariupol encontra-se cercada por tropas russas há cerca de duas semanas e a situação é cada vez mais dramática.
Na sexta-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que as reservas de água e alimentos na região estão a esgotar-se e praticamente nenhuma ajuda humanitária foi autorizada a entrar na área.
A população que ainda se mantém na cidade está sob bombardeamentos diários massivos e sobrevive em condições desumanas sem água, eletricidade ou alimentos.
Num comunicado divulgado esta segunda-feira, a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) revela que as autoridades locais estimam em 3.000 o número de mortos na cidade, que terá 80% dos edifícios destruídos, sendo que estes números não são verificados.
Mas por que é Mariupol tão importante na estratégia de Putin?
A cidade portuária é um ponto estratégico para os interesses de Moscovo. A sua ocupação permitiria às tropas russas ligar as regiões de Donbass com a península da Crimeia. Também deixaria a Ucrânia sem um porto no Mar de Azov e permitiria à Rússia aumentar a sua ofensiva a partir do sul do país.
Através de um corredor terrestre entre o Donbass e a Crimeia, seria mais fácil para a Rússia mover tropas e bens de e para a península anexada. Agora, a península da Crimeia só está ligada à Rússia através de uma ponte.
Ucrania rechazó un ultimátum para entregar la asediada ciudad portuaria de Mariúpol a las fuerzas rusas, afirmó la viceprimera ministra Iryna Vereshchuk el lunes a la prensa ucraniana #AFP pic.twitter.com/CwkXzuArb8
— Agence France-Presse (@AFPespanol) March 21, 2022
Durante uma entrevista na CNN, Zelensky recordou que não reconhecerá a anexação da Crimeia ou a independência dos Donbass, como a Rússia exigiu nas suas condições para um cessar-fogo.
A guerra na Ucrânia começou há quase um mês e já morreram 902 civis, incluindo mais de cem crianças, segundo apontam os dados da Organização das Nações Unidas. A ofensiva russa fez quase 3,4 milhões de refugiados e mais de 10 milhões de deslocados.
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