A autarquia de Odessa, na Ucrânia, acusou hoje as forças russas de atacarem edifícios residenciais nos arredores da cidade portuária do Mar Negro. Trata-se do primeiro ataque na região, ainda que a Rússia tenha negado ataques direcionados à população.
“Estes são edifícios residenciais, onde pessoas vivem”, acusou o autarca Gennadiy Trukhanov, citado pela Reuters.
Apesar de não terem sido registadas vítimas mortais, a cidade deu conta de um incêndio.
Na sua página do Telegram, o responsável divulgou fotografias da destruição e um vídeo dos trabalhos das equipas de resgate.
A acusação surge num momento em que a Rússia revelou ter destruído 44 alvos militares ucranianos na última noite.
Considerada um alvo estratégico para o presidente russo, Vladimir Putin, a cidade portuária alberga a maioria do comércio marítimo da Ucrânia, que não tem outro porto da mesma dimensão ao qual recorrer, caso seja tomado pelas forças russas.
A captura de Odessa significaria, assim, que a Rússia controlaria toda a costa do Mar Negro, permitindo o estabelecimento de um corredor até à região de Transnístria, que procura independência da Moldova desde meados de 1990.
Recorde-se que a Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro, que causou pelo menos 902 mortos e 1.459 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, segundo o mais recente balanço da Organização das Nações Unidas (ONU).
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, adianta a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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