O diretor-geral do Channel One acusou, esta segunda-feira, a jornalista que protestou contra a guerra durante uma emissão do canal estatal russo de ser uma espia do Reino Unido.
Kirill Kleymenov terá afirmado que Marina Ovsyannikova estaria a trabalhar para os serviços de inteligência britânicos e acusou-a de "ter traído o seu país".
"Traição é sempre uma escolha pessoal... Mas nós temos que chamar as coisas pelos nomes. Se tivessem chamado a traição de Judas um ato de paixão, a história teria sido diferente", terá dito o responsável pelo canal estatal russo, no qual a jornalista de 44 anos trabalhava.
Channel One has finally responded to Marina Ovsyannikova’s on-air protest.
— max seddon (@maxseddon) March 21, 2022
Kirill Kleimyonov, head of the news division, accuses her of being a British spy.
He said she has “betrayed [her] country and all of us … coldly, duplicitously, for a bonus.”
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No entanto, Marina Ovsiannikova ainda enfrenta processos criminais puníveis com pesadas penas de prisão, sob os termos de uma lei recente que reprime qualquer "informação falsa" sobre o Exército russo.
Recorde-se que, para além de a jornalista ter entrado durante a emissão a segurar um cartaz que denunciava a guerra na Ucrânia, também se ouvia o seu apelo: "Acabem com a guerra", dizia. Marina Ovsyannikova foi acusada de organizar uma manifestação sem autorização e, por isso, multada em 30.000 rublos russo, que correspondem a cerca de 252 euros.
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