Seis refugiados já estão a trabalhar no concelho de Oliveira do Bairro

Seis refugiados da Ucrânia já se encontram a trabalhar em Oliveira do Bairro, concelho onde tentam "arquivar a guerra" e pretendem "recomeçar uma vida", revelou hoje fonte da Câmara Municipal.

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Lusa
22/03/2022 16:43 ‧ 22/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

Em declarações à agência Lusa, a vereadora da Câmara de Oliveira do Bairro Lília Ana Águas disse que cinco destes seis refugiados começaram a trabalhar dois dias depois de terem chegado a este concelho.

"Temos cinco mulheres ucranianas que chegaram e, dois dias depois, já estavam a trabalhar: quatro em instituições particulares de solidariedade social e uma numa empresa de cerâmica. Temos ainda um homem a trabalhar numa empresa de transportes", descreveu.

De acordo com a autarca, responsável pelas áreas da ação social e das migrações, estes seis refugiados têm idades entre os 30 e os 45 anos.

A pronta resposta deste concelho deve-se ao facto de ter, desde 2019, uma rede implementada à volta do CLAIM - Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes de Oliveira do Bairro.

Ao todo, o Município de Oliveira do Bairro está a apoiar 27 pessoas deslocadas da Ucrânia, de 14 agregados familiares diferentes, desde o início deste mês de março.

"Depois de, numa primeira fase, enviarmos bens de primeira necessidade, disponibilizámo-nos para acolher e integrar ucranianos. Não é só receber, é preciso integrar", destacou.

Para isso, foram criadas bolsas com diferentes objetivos, nomeadamente a bolsa de acolhimento, que reúne a oferta de agregados familiares do concelho que queiram receber, nas suas habitações, famílias de refugiados, ou crianças não acompanhadas.

Na bolsa de habitação foi disponibilizado um apartamento com oito quartos, enquanto para alojamento temporário foram disponibilizadas 16 camas (dois 'bungalows'), no Campo Escutista da Palhaça, e mais 12 no Centro Social de Oiã.

"Vieram oito crianças e já temos sete crianças em contexto escolar. Apenas uma, com idade de pré-escolar, vai ficar em casa nestes primeiros tempos", acrescentou.

Já a bolsa de emprego, tem contabilizadas 11 empresas entidades empregadoras que manifestaram a sua disponibilidade para integrar estas pessoas.

Este município do distrito de Aveiro criou ainda a bolsa de apoio psicológico, que conta com três psicólogos a ajudarem na integração; e a bolsa de tradutores, na qual já se inscreveram quatro cidadãos ucranianos, que se disponibilizaram para prestar apoio na tradução de documentos e apoio aos refugiados.

Para ajudar na integração dos refugiados, foi ainda pensado um curso de português - língua de acolhimento para esta população, em parceria com o Centro Qualifica de Águeda, cuja primeira edição vai avançar a 26 de março, na Incubadora de Empresas de Oliveira do Bairro.

Para o início de abril está previsto uma nova edição, em parceria com o Centro Qualifica de Anadia, a decorrer em horário ainda a determinar, na Escola Básica Dr. Acácio de Azevedo, igualmente em Oliveira do Bairro.

A estas famílias, a autarquia bairradina vai também entregar vales-família, no valor de 50 euros, para que possam comprar bens de primeira necessidade no comércio local.

Lília Ana Águas recordou que Oliveira do Bairro já contava com 108 ucranianos a residir no concelho, que também estão a ajudar na integração dos refugiados.

"Admiro a capacidade psicológica que revelam, de conseguirem arquivar uma guerra que lhes destruiu a casa e a vida que tinham, chegando apenas com um saco, mas com muita vontade de recomeçar", concluiu.

Leia Também: Ucrânia: Moscovo quer restringir manifestações de descontentamento social

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