Irpin. Sobrevivente diz que russos "violam mulheres" e atiram em famílias

Ucraniana relata como escapou da cidade onde até há um mês morava e como os russos estão a cometer atrocidades. 

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Notícias ao Minuto
22/03/2022 16:59 ‧ 22/03/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Guerra na Ucrânia

Anastasia Taran tem 30 anos e é uma das sobreviventes de Irpin, cidade ocupada pelas tropas russas junto da capital ucraniana, Kyiv. Num testemunho revelador ao jornal inglês lançado em 2014 por colaboradores da Ucrânia, o Euromaiden Press, a ucraniana relata como escapou da cidade onde até há um mês morava e como os russos estão a cometer atrocidades. 

"Irpin é o inferno. Há muitos soldados russos por aí que simplesmente atiram nas pessoas que entram em casas particulares e, na melhor das hipóteses, apenas as expulsam das suas casas", começa por contar indicando que o tirar as pessoas das suas habitações é apenas 'o melhor cenário'. 

No pior cenário, os soldados russos "violam mulheres e atiram os mortos fora. Abrem os porões onde as pessoas estão escondidas e disparam contra elas”, indicou a sobrevivente Anastasia Taran. 

Anastasia é natural de Enerhodar, mas há quatro anos que vivia em Irpin. Na cidade onde vivia com o marido, chegou a estar uma semana sem comunicação, acesso à internet, eletricidade, aquecimento ou água após a ocupação russa.

Juntamente com o marido, e com três gatos que não deixou para trás, Anastasia conseguiu fugir com a ajuda de um homem de Luhansk que estava abrigado na casa do casal. 

“Ele reuniu todos os vizinhos restantes e disse que isto só iria piorar. Argumentou que era o momento certo para sair. Embalámos as coisas por nossa conta e risco. Cada um pegou no que pôde. Tínhamos apenas os nossos documentos e gatos", conta.

Atualmente a mulher e o marido encontram-se em Lviv.

As tropas russas entraram em Irpin nos primeiros dias da invasão. Os primeiros moradores conseguiram fugir alguns dias depois, no dia 5 de março, a pé, visto que todas as pontes que ligavam a cidade à área de Kyiv tinham sido destruídas.

A invasão conta já com 27 dias. A Organização das Nações Unidas (ONU) confirma a morte de 925 civis, mas adverte que o número seja significativamente maior visto que isto são apenas os óbitos que puderam ser confirmados. 

Leia Também: Contraespionagem diz ter anulado plano russo para assassinar Zelensky

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