A crise humanitária agrava-se a cada dia e cem mil pessoas continuam cercadas em Mariupol, na Ucrânia, que ficou de fora dos nove corredores humanitários previstos para esta quarta-feira.
Quem consegue sair, conta histórias desumanas. À organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch descreveram "um inferno glacial, com ruas cheias de cadáveres e escombros de edifícios destruídos".
Uma mulher contou à jornalista Anastasiia Lapatina, do The Kyiv Independent, que escreveu nas mãos dos filhos o tipo de sangue de cada um para que pudessem receber socorro mais rápido se fossem atingidos por bombardeamentos e ficassem debaixo de escombros.
A woman I spoke with who escaped #Mariupol told me about writing her children’s blood types on their hands in case they are trapped under the rubble when a rocket hits their house. pic.twitter.com/wCTSDv0NVs
— Anastasiia Lapatina (@lapatina_) March 22, 2022
Enquanto se espera por um possível cessar-fogo, "quase 100 mil pessoas em condições desumanas" estão presas nas ruínas de Mariupol, "sob cerco total, sem comida, sem água, sem medicamentos, sob constantes bombardeamentos", advertiu Zelensky, num vídeo divulgado esta madrugada.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo mais de 180 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,53 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
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