"A ideia de se sentar à mesma mesa com Vladimir Putin..., é ir longe demais", disse Scott Morrison aos jornalistas, na cidade de Melbourne, salientando que os Estados Unidos concluíram que a Rússia cometeu crimes de guerra na Ucrânia durante a invasão "violenta e agressiva", o que viola o "Estado de direito internacional".
As declarações de Morrison surgiram depois da embaixadora da Rússia em Jacarta, Lyudmila Vorobieva, ter dito na véspera que Putin pretende participar na cimeira do G20, em Bali.
Morrison, que excluiu um boicote à cimeira, caso Putin participasse, salientou que a Austrália também manifestou preocupação quanto à participação russa nas reuniões ministeriais deste ano.
Ao reafirmar a condenação de Moscovo, em consonância com os aliados, Morrison lembrou que o Governo australiano anunciou, no domingo passado, uma proibição imediata da exportação para a Rússia de minérios de alumínio e comprometeu-se a enviar mais armas e assistência humanitária para a Ucrânia.
A ação contra a Rússia vem juntar-se a uma série de sanções contra bancos e entidades governamentais russos, bem como contra Putin e quase meio milhar de responsáveis russos, governamentais, militares e oligarcas.
A Austrália também enviou ajuda letal e humanitária para a Ucrânia, e iniciou, com os Países Baixos, uma ação judicial contra a Rússia, pela queda do voo MH17 em 2014, atingido por um míssil disparado por forças pró-russas ao sobrevoar a Ucrânia, matando 298 pessoas, 38 das quais australianas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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