"A derrota que Putin teve foi dar uma nova vida à NATO", diz Costa

Em declarações aos jornalistas, Costa posicionou-se contra as acusações, proferidas ao longo dos últimos anos, de que a NATO estava "em morte cerebral".

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Ema Gil Pires
24/03/2022 13:38 ‧ 24/03/2022 por Ema Gil Pires

Mundo

Rússia/Ucrânia

O primeiro-ministro, António Costa, posicionou-se, esta quinta-feira, contra as críticas que, nos últimos anos, têm vindo a acusar a NATO de estar "em morte cerebral". Em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, apontou que a invasão russa sobre a Ucrânia, orquestrada por Vladimir Putin, veio dar, efetivamente, uma "nova vida" à Aliança Atlântica.

"A primeira derrota que Putin teve foi a extraordinária capacidade de resistência dos ucranianos, que revelaram uma grande unidade nacional. A segunda derrota que Putin teve foi dar uma segunda vida à NATO", afirmou.

À saída da cimeira da NATO, o chefe de Governo português destacou ainda que, com a resposta conjunta dada face à Rússia no seguimento da guerra na Ucrânia, a aliança mostrou que "está bem viva e que reforçou os seus laços transatlânticos".

A este propósito, Costa garantiu ainda que a saída do Reino Unido da União Europeia não enfraqueceu a NATO. O facto do presidente norte-americano, Joe Biden, estar também presente nas cimeiras que estão a decorrer em Bruxelas é também um "excelente sinal" da "inequívoca vontade recíproca da NATO e da UE trabalharem em comum".

Um trabalho que tem vindo a ser feito a vários níveis - da defesa e da segurança global, bem como da segurança energética. "O futuro passa pelas energias renováveis, mas para já convém diversificar as fontes de gás", explicou António Costa, que defende que Portugal pode dar um "contributo extraordinário" a esse nível.

Porém, Vladimir Putin teve ainda uma outra "grande derrota" no seguimento da invasão perpetrada sobre a Ucrânia -  a "extraordinária capacidade de resistência dos ucranianos", que "mostraram vontade de defender o seu território".

Apesar de tudo isto, António Costa assume que tem sido "muito difícil" manter um diálogo com Volodymyr Zelensky, numa altura em que o presidente ucraniano se encontra "debaixo de fogo, em combate". 

Além do mais, relembra que a "NATO não pode agir ofensivamente contra terceiros", não podendo também intervir "fora de território da NATO".

Ainda assim, António Costa diz que "todos os membros da NATO têm vindo a demonstrar o seu apoio à Ucrânia", através da disponibilização de "material militar e humanitário" e da abertura para um "acolhimento" de refugiados. O primeiro-ministro diz ainda, neste âmbito, que Portugal forneceu, até quarta-feira, "mais de 20 mil estatutos de proteção temporária a ucranianos".

O primeiro-ministro falou ainda do "reforço da capacidade de dissuasão" da NATO na "frente leste" do território da Aliança. Costa acredita que a organização deixa, assim, uma "mensagem clara contra a Rússia": se Putin "se pretendia ver a Ucrânia como balão de ensaio para outras expansões" territoriais, viu que tal "não é recomendável", argumenta.

Por sua vez, o primeiro-ministro diz ainda que "todos os Estados beligerantes têm de cumprir a Lei da Guerra", quando questionado acerca da possibilidade da Rússia usar guerras químicas durante a guerra na Ucrânia. "É inaceitável a violação da lei da guerra", sustentou ainda.

[Notícia atualizada às 13h56]

Leia Também: NATO. Aliados decidem prolongar mandato de Stoltenberg por mais um ano

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