Mais de 15 mil civis residentes de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, foram “ilegalmente deportados” para a Rússia desde que as forças russas assumiram controlo de zonas da cidade portuária, revela a autarquia.
“Os residentes do distrito da Margem Esquerda estão a começar a ser deportados em massa para a Rússia. No total, cerca de 15 mil moradores de Mariupol foram ilegalmente deportados”, lê-se num comunicado, citado pela agência de notícias Reuters.
A informação foi corroborada pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Oleg Nikolenko, que hoje afirmou que milhares de residentes de Mariupol estão a ser deportados para a Rússia e apelou a que a “crueldade” terminasse.
Já na semana passada, a autarquia de Mariupol denunciou que “vários milhares de habitantes” foram “levados para território russo”. "Os invasores levaram ilegalmente pessoas do distrito de Livoberezhny e de um abrigo de um prédio do clube desportivo, onde mais de mil pessoas - principalmente mulheres e crianças - se escondiam dos bombardeamentos constantes", lia-se em comunicado.
As autoridades ucranianas acrescentam que os civis que continuam retidos na cidade enfrentam uma “situação desesperante”, sem acesso a bens alimentares, eletricidade ou aquecimento. Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, num vídeo divulgado esta manhã, "quase 100.000 pessoas em condições desumanas" estão presas nas ruínas de Mariupol, "sob cerco total, sem comida, sem água, sem medicamentos, sob constantes bombardeamentos".
A conquistada Mariupol, sitiada por tropas russas há várias semanas, é apontada como um dos principais objetivos da ofensiva militar, uma vez que permite ligar as regiões separatistas do Donbass à península da Crimeia, anexada em 2014 por Moscovo. Além disso, possui o maior porto da região do Mar de Azov e importantes fábricas do setor metalúrgico.
Leia Também: AO MINUTO: Mais de mil civis mortos; NATO aprova reforço da defesa