Macron diz que invasão russa foi "choque elétrico" para NATO

O Presidente francês considerou hoje que a NATO recebeu um "choque elétrico" com a invasão russa na Ucrânia, sublinhando que os Aliados responderam de maneira "firme" e "unida", "frustrando os prognósticos" do Kremlin.

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Lusa
24/03/2022 17:44 ‧ 24/03/2022 por Lusa

Mundo

Macron

Falando em conferência de imprensa no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), pouco depois de ter participado na cimeira de líderes da Aliança, Emmanuel Macron recordou as palavras que proferiu em novembro de 2019 numa entrevista à revista britânica The Economist, quando considerou que a Aliança estava em "morte cerebral".

"A NATO acaba de receber um choque elétrico -- eu que falava em morte cerebral em dezembro de 2019 --, o choque elétrico é que a conflitualidade voltou às suas fronteiras, porque a Rússia lançou uma guerra. Não contra um dos nossos membros, mas contra um vizinho próximo", afirmou.

O Presidente francês frisou que, desde o começo da guerra na Ucrânia, iniciada precisamente há um mês, a 24 de fevereiro, "o povo ucraniano, liderado pelo seu Presidente, resistiu, frustrando os cálculos da Rússia, que esperava uma vitória militar rápida".

"Nós, com os nossos aliados e parceiros europeus, respondemos de maneira firme, reativa e unida, também aí frustrando os prognósticos que esperavam uma resposta frágil e dividida", disse.

Macron disse que os aliados continuam "ao lado do povo ucraniano, através de apoio militar económico e humanitário", destacando a "capacidade de acolhimento sem precedentes" que foi ativada pela União Europeia, mas também o "conjunto de sanções absolutamente inéditas", adotadas "em uníssono".

Fazendo um balanço da cimeira da NATO, o Presidente francês sublinhou que houve uma "unanimidade para continuar a reforçar o apoio à Ucrânia, fornecer armas defensivas e o apoio material de que precisa".

"No fundo, a linha continua a ser a mesma para o conjunto dos Aliados: continuar a fornecer armas -- defensivas e letais -- e fazê-lo num quadro de eficácia completa, mas com uma linha vermelha que a continua a ser a de não ser beligerante", disse.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, cuja resposta incluiu o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: NATO tem de "evitar que conflito se torne uma guerra total na Europa"

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