Acusações dos EUA sobre armas químicas é "tática de diversão", diz Peskov

O porta-voz negou também as alegações de que o exército russo utilizou fósforo branco perto de Irpin e Gostomel, na região metropolitana de Kyiv.

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Daniela Filipe
25/03/2022 12:12 ‧ 25/03/2022 por Daniela Filipe

Mundo

Ucrânia/Rússia

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou esta sexta-feira os Estados Unidos da América (EUA) de alegarem que a Rússia poderá recorrer a armas químicas na Ucrânia como uma “tática de diversão” quanto ao uso deste tipo de armas por parte da nação norte-americana.

“Encaramos [as declarações] como uma tática de diversão para algum tipo de alegada ameaça efémera no pano de fundo de um escândalo que brotou no mundo e que envolve os programas de armas químicas e biológicas que os EUA estão em desenvolver em vários países, incluindo na Ucrânia”, denunciou o responsável, citado pela AFP, em conferência de imprensa.

O porta-voz negou também as denuncias de que o exército russo utilizou fósforo branco - uma arma química ilegal, segundo a Convenção de Armas Químicas de 1997 - perto de Irpin e Gostomel, na região metropolitana de Kyiv.

“A Rússia nunca violou convenções internacionais”, assegurou, escusando-se a dar mais detalhes e dirigindo quaisquer outras questões sobre o tema para o ministro da Defesa.

Reagindo às declarações do presidente norte-americano, Joe Biden, quanto à sua posição favorável no que toca a expulsão da Rússia do G20, Peskov argumentou que, nesse caso, “nada de terrível acontecerá”, uma vez que o mundo vai além dos EUA e da Europa, e que a tentativa de isolar a Rússia falhará.

“O formato do G20 é importante, mas tendo em conta as circunstâncias atuais, em que a maioria dos participantes está em guerra económica connosco, nada muito grave acontecerá”, explicou.

O responsável adiantou ainda que as forças militares russas aconselharão o presidente do país, Vladimir Putin, sobre como aumentar a sua defesa, após o anúncio de que a NATO enviará mais tropas para o flanco leste.

Recorde-se que tanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como o presidente norte-americano, Joe Biden, advertiram para o “risco real” de uso de armas químicas por parte da Rússia na invasão da Ucrânia, à margem das reuniões de emergência da NATO, do G7 e do Conselho Europeu.

O dia de ontem, 24 de março, marcou um mês desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, que causou, entre a população civil, pelo menos 1.035 mortos, incluindo 90 crianças e 1.650 feridos, dos quais 118 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU).

Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, diz a ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Fontes ucranianas denunciam uso de fósforo branco por forças russas

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