ONU denuncia existência de valas comuns em Mariupol
Há duas semanas, o autarca Sergiy Orlov falava num cenário de "genocídio" na cidade portuária, sendo que, na altura, 47 pessoas foram enterradas numa vala comum.
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Mundo Ucrânia/Rússia
A líder da missão da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos na Ucrânia, Matilda Bogner, denunciou, esta sexta-feira, que a entidade tem “cada vez mais provas” da existência de valas comuns em Mariupol, cidade portuária cercada pelas forças russas. Através da análise de imagens de satélite, o organismo adianta que uma delas aparenta ter 200 corpos.
“Temos cada vez mais informações sobre valas comuns no local”, revelou a responsável, citada pela Reuters, em declarações aos jornalistas.
Bogner revelou ainda que mais de 1.035 civis já morreram como consequência da invasão russa na Ucrânia, sendo que a ONU está a investigar a possibilidade de ataques indiscriminados por parte de ambos os lados do conflito.
Há duas semanas, o autarca Sergiy Orlov falava num cenário de "genocídio" na cidade portuária, sendo que, na altura, 47 pessoas foram enterradas numa vala comum.
Esta sexta-feira, a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, anunciou que, após várias tentativas falhadas, será feito um novo esforço para retirar os civis de Mariupol, que poderão sair em veículos particulares. Aqueles que conseguirem escapar terão autocarros à sua espera em Berdiansk que, por sua vez, os levarão para Zaporizhzhia, informou.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Oleg Nikolenko, apontou na quinta-feira que milhares de residentes de Mariupol estão a ser “deportados à força” para a Rússia, acusando o país de ter transitado para um “novo patamar de terror”. A autarquia, por sua vez, denunciou que mais de 15 mil residentes foram “ilegalmente deportados” desde que a Rússia assumiu controlo de algumas zonas da cidade portuária, um ponto estratégico para os interesses de Moscovo.
O dia de ontem, 24 de março, marcou um mês desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, que causou, entre a população civil, pelo menos 1.035 mortos, incluindo 90 crianças e 1.650 feridos, dos quais 118 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU).
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, diz a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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