México "não é colónia da Rússia, da China ou dos Estados Unidos"
O Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, respondeu hoje que o país não é uma "colónia da Rússia, China ou Estados Unidos", quando questionado sobre a possível presença de espiões russos no país.
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Mundo México
"Temos de lhes enviar uns telegramas, avisando-os de que o México não é colónia de nenhum país estrangeiro, é um país livre, independente e soberano. Não somos colónia da Rússia, nem da China, nem dos Estados Unidos", afirmou o Presidente na conferência de imprensa diária, desta vez desde a cidade de Cuernavaca.
O chefe do Comando Norte norte-americano, Glen VanHerck, disse na quinta-feira, durante uma reunião do Senado dos Estados Unidos, que o México é a nação com mais agentes dos serviços secretos russos destacados no mundo.
Questionado sobre o tema, López Obrador disse que essa era uma declaração que não iria questionar e que respeitava "a livre expressão de ideias".
Acrescentou depois que o México é "um país livre, independente e soberano e isso deve ser cada vez mais conhecido, porque por vezes parece que não é suficientemente compreendido".
Por fim, disse não ter "nenhuma informação" sobre o assunto e assegurou que o país permitirá a entrada de estrangeiros que quiserem "exercer atividades legais".
Em referência à guerra na Ucrânia, o Presidente pediu que para se entender que o Executivo tem como "política" externa a "não-intervenção" em conflitos.
"Não vamos a Moscovo para espiar ninguém, nem a Pequim ver o que estão a fazer na China, nem a Washington, nem sequer a Los Angeles. Não nos envolvemos nisso", concluiu.
O México condenou "energicamente" a invasão russa e apoiou o envio de ajuda humanitária para a Ucrânia, contudo, deixou claro que não vai impor sanções ou enviar equipamento militar.
A Câmara de Deputados mexicana instalou na quarta-feira o chamado Grupo de Amizade México-Rússia, o que suscitou críticas de alguns partidos de oposição devido ao conflito armado que se arrasta desde 24 de fevereiro entre russos e ucranianos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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