Ucrânia: Zelensky volta a chamar Rússia para negociações de paz "justas"
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a exortar esta sexta-feira a Rússia a negociar o fim da guerra, mas assegurou que o seu país não aceitará abrir mão de nenhum território em nome da paz.
© Getty
Mundo Zelensky
"A integridade territorial da Ucrânia deve ser garantida", referiu o chefe de Estado ucraniano numa nova mensagem de vídeo, transmitida esta sexta-feira à noite.
Para Volodymyr Zelensky, as condições para um cessar-fogo "devem ser justas" e "o povo ucraniano não as aceitará de outra forma".
As declarações do governante ucraniano pareceram dirigir-se ao vice-chefe do Estado-maior das Forças Armadas russas, Sergei Rudskoi, que referiu que as forças russas vão passar a concentrar-se no "objetivo principal", a libertação do Donbass.
Separatistas apoiados pela Rússia controlam desde 2014 parte da região do Donbass, no leste da Ucrânia, e as forças russas estão a lutar para aumentar o domínio sobre esta região, incluindo a cidade sitiada de Mariupol.
As declarações do oficial militar russo podem também sugerir que a Rússia está a afastar-se do objetivo de conquistar Kiev e outras grandes cidades, onde a ofensiva estagnou após um mês de conflito.
Sobre este tema, Volodymyr Zelensky lembrou que as forças russas perderam milhares de soldados mas ainda não conseguiram dominar Kiev ou Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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