As forças russas detiveram momentaneamente o presidente da câmara local, o que desencadeou manifestações pró-ucranianas.
"Fui libertado, está tudo bem, na medida em que é possível sob a ocupação", declarou, por telefone à agência de notícias France-Presse (AFP), Iuri Fomitchev, cuja detenção pelas forças russas foi anunciada durante a manhã pela administração regional de Kiev.
Depois de ter sido libertado, o autarca discursou perante cerca de cinco mil pessoas, que protestavam contra a Rússia, e garantiu que as tropas russas iam em breve deixar a cidade.
À AFP, Fomitchev disse que as tropas iam retirar hoje da cidade.
"Os ocupantes russos invadiram Slavutitch e ocuparam o hospital municipal", escreveu, durante a tarde de sábado, na plataforma Telegram, a administração militar da região de Kiev, que engloba Slavutitch, com 25 mil habitantes e a cerca de 160 quilómetros a norte da capital, construída depois do acidente nuclear de Chernobyl, em 1986.
Os manifestantes usaram uma enorme bandeira azul e amarela e dirigiram para o hospital, de acordo com as autoridades regionais, que publicaram fotografias de dezenas de pessoas em torno da bandeira ucraniana, a gritar: "glória à Ucrânia".
De acordo com as mesmas fontes, as forças russas dispararam para o ar e lançaram granadas atordoantes contra a multidão.
Já à noite, o autarca indicou, num vídeo publicado na rede social Facebook, que pelo menos três pessoas tinham morrido, sem explicar quando e em que circunstâncias.
A central de Chernobyl foi tomada pelo exército russo em 24 de fevereiro, primeiro dia da invasão da Ucrânia.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) voltou a manifestar, no sábado, preocupação pela situação: "não há rotação de funcionários há quase uma semana", ou seja, desde 20 de março, na central, de acordo com um comunicado.
Durante cerca de quatro semana, uma centena de técnicos ucranianos, que gerem as operações diárias no local, trabalhou sem descansar na central onde se encontram detritos radioativos.
A ofensiva militar russa na Ucrânia causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
As Nações Unidas indicaram que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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