"Aparentemente, as perdas de empregos na Rússia são mais importantes do que as perdas de vidas na Ucrânia", escreveu Dmytro Kuleba na rede social Twitter.
"Se a Auchan ignora as 139 crianças ucranianas assassinadas neste mês de invasão russa, ignoremos a Auchan e todos os seus produtos", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia.
O apelo ao boicote alarga-se às lojas de artigos para o lar Leroy-Merlin e à marca de desporto Decathlon, todas detidas pelo grupo empresarial francês Mulliez.
Numa mensagem virtual recente à Assembleia Nacional francesa, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou às empresas do país para que se retirem da Rússia e deixem de "patrocinar a maquinaria de guerra russa", aludindo concretamente à Auchan, assim como à fabricante de automóveis Renault.
Em resposta, o grupo francês anunciou hoje que manterá a sua atividade na Rússia, argumentando que abandoná-la neste momento seria "inimaginável do ponto de vista humano".
"O mais importante na nossa opinião é manter os nossos trabalhadores e garantir a nossa principal missão, a de alimentar o povo", disse o responsável do grupo, Yves Claude, ao semanário Le Journal du Dimanche.
A Auchan está presente na Rússia há 20 anos, tem cerca de 30.000 trabalhadores, dos quais cerca de 40% são também acionistas, e 231 lojas, que a empresa teme que sejam expropriadas se deixar o país.
A Renault, que tem na Rússia o seu segundo maior mercado, após a França, anunciou no dia do discurso de Zelensky a suspensão das suas atividades na Rússia devido à invasão da Ucrânia.
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