"Esse não é o objetivo da NATO, e certamente também não é o objetivo do Presidente dos EUA", disse Olaf Scholz.
Scholz reagiu às declarações do líder norte-americano, Joe Biden, no sábado, quando afirmou que o Presidente russo, Vladimir Putin, "não pode permanecer no poder", o que foi interpretado como uma mudança drástica na política externa dos EUA.
A Casa Branca procurou mais tarde esclarecer que as observações não eram um apelo direto à destituição de Putin, mas sim que "Putin não pode ser autorizado a exercer poder sobre os seus vizinhos ou sobre a região".
Scholz disse ter discutido a questão com Biden na Casa Branca quando o líder dos EUA tomou posse.
"Ambos concordamos plenamente que a mudança de regime não é nem um objetivo nem uma meta da política que prosseguimos juntos", disse o chanceler alemão.
Na sua opinião, "é um assunto para os próprios povos e nações" lutar pela sua liberdade.
Scholz salientou que "a utilização de armas biológicas ou químicas não deve ter lugar" e advertiu Putin com "as consequências mais severas".
De um ponto de vista defensivo, Scholz disse: "Devemos estar conscientes de que temos um vizinho que está pronto a usar a violência para fazer valer os seus interesses".
E acrescentou que a Alemanha está a considerar adquirir um sistema de defesa antimísseis para se proteger contra um possível ataque. O sistema incluiria um escudo antimíssil baseado no modelo israelita 'Iron Dome'.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.119 civis, incluindo 139 crianças, e feriu 1.790, entre os quais 200 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,8 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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