Segundo a emissora pública ucraniana Suspilne, Vadim Boychenko disse que as forças russas estão a impedir a retirada de civis de Mariupol e a fazer regressar à cidade muitas pessoas que tentam escapar.
A cidade, que tinha uma população de mais de 400 mil habitantes antes da guerra, está a enfrentar uma situação muito difícil desde a invasão da Rússia.
Os habitantes de Mariupol estão sem acesso a bens essenciais, como água, comida e medicamentos, e sem comunicações devido ao bombardeamento de torres de telecomunicações.
"Todas as entradas e saídas da cidade estão bloqueadas (...) é impossível levar comida e medicamentos para Mariupol", disse o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no domingo.
"As forças russas estão a bombardear comboios de ajuda humanitária e a matar os motoristas", acrescentou, indicando que as ruas estavam repletas de "cadáveres" impossíveis de enterrar.
Depois de Moscovo ter anunciado na sexta-feira uma "concentração dos seus esforços na libertação do Donbass", esta cidade portuária estratégica localizada junto do Mar de Azov corre o risco de sofrer um "agravamento" da sua situação, alertou Oleksiï Arestovych, conselheiro da Presidência ucraniana, numa mensagem de vídeo publicada na rede social Telegram.
"A população está a lutar para sobreviver. A situação humanitária é catastrófica", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, por sua vez, na rede social Twitter.
"As forças armadas russas estão a transformar a cidade em pó", declarou o ministério ucraniano.
De acordo com um relatório da autarquia de meados de março, mais de 2.000 civis foram mortos em Mariupol desde o início da invasão russa da Ucrânia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.119 civis, incluindo 139 crianças, e feriu 1.790, entre os quais 200 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo quase 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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