A nova ronda de sanções e proibições de viagens visa 14 russos acusados por Magnitsky de crimes "graves" de corrupção e 25 perpetradores e cúmplices da morte do advogado, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Marise Payne, em comunicado.
As medidas destinam-se a evitar que a Austrália se torne um "paraíso" para os excluídos dos países aliados e respetivos sistemas financeiros, acrescentou na mesma nota.
Desde a invasão russa da Ucrânia, a Austrália impôs uma série de punições contra Moscovo, incluindo sanções contra bancos e entidades governamentais, bem como contra políticos, incluindo o Presidente, Vladimir Putin, oficiais militares e oligarcas, entre outros.
O executivo ordenou também este mês uma proibição imediata da exportação para a Rússia de minérios de alumínio e comprometeu-se a enviar armas e assistência humanitária às tropas ucranianas.
Magnitsky, que deu o seu nome a uma lei aprovada pelo Congresso dos EUA em 2012 para reprimir os violadores dos direitos humanos na Rússia, foi detido e morreu numa prisão de Moscovo em 2009 depois de ter investigado uma alegada grande fraude fiscal perpetrada pelo Governo do seu país.
Em dezembro, a Austrália aprovou uma série de reformas inspiradas na lei Magnitsky e que foram utilizadas pela primeira vez com esta ronda de sanções, adiantou a ministra dos Negócios Estrangeiros.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.151 civis, incluindo 103 crianças, e feriu 1.824, entre os quais 133 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,8 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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