Biden quer "esperar para ver" se Rússia cumpre intenção de desescalada

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse hoje que vai "esperar para ver" se a Rússia "mantém a sua palavra" e reduz a atividade militar em torno das cidades ucranianas de Kyiv e Chernigiv.

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© SAUL LOEB/AFP via Getty Images

Lusa
29/03/2022 20:30 ‧ 29/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Vamos ver se eles mantêm a sua palavra", realçou o chefe de Estado norte-americano em declarações aos jornalistas.

O presidente dos EUA manteve uma conversa telefónica com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, o Presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi e o chanceler alemão, Olaf Scholz.

Segundo Biden, os líderes ocidentais foram unânimes em considerar que é necessário esperar para ver as ações da Rússia.

"Eu não interpreto nada [sobre as declarações de Moscovo] até ver quais são as suas ações", acrescentou Biden.

A Rússia prometeu hoje reduzir "drasticamente" a sua atividade militar em direção às cidades ucranianas de Kyiv e Cherniguiv, após a ronda de negociações com a Ucrânia, que decorrem em Istambul.

"Como as negociações sobre um acordo de neutralidade e estatuto não nuclear da Ucrânia entraram numa dimensão prática (...) foi decidido, como forma de aumentar a confiança, reduzir drasticamente a atividade militar em direção a Kyiv e Cherniguiv", afirmou o vice-ministro da Defesa russo, Alexandre Fomine.

O chefe da delegação russa e conselheiro presidencial, Vladimir Medinsky, admitiu "discussões substanciais" e referiu que as propostas "claras" da Ucrânia para um acordo seriam "estudadas muito em breve e submetidas ao presidente", Vladimir Putin.

O Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu hoje "progresso" nas negociações sobre um cessar-fogo na Ucrânia, numa conversa telefónica com o seu homólogo francês, apelando simultaneamente à rendição das tropas "nacionalistas" ucranianas que defendem a cidade de Mariupol.

De acordo com a Presidência francesa, Vladimir Putin garantiu que não está disposto a desistir dos seus objetivos militares na Ucrânia, em particular em Mariupol, recusando-se a levantar o cerco daquela cidade.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Ucrânia: Rússia retalia sanções diplomáticas de cinco países europeus

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