Continuam os esforços da diplomacia mundial em desvalorizar uma potencial saída de Vladimir Putin do poder russo, depois dos comentários ríspidos do presidente norte-americano Joe Biden num discurso em Varsóvia.
Desta vez, foi Boris Johnson quem reafirmou que o objetivo do Reino Unido não é remover Putin do Kremlin, dizendo que "desejar uma mudança de governo por si só não é ignóbil", mas "esse é o objetivo de muitas políticas democráticas".
"Mas vamos ser claros: esse não é o objetivo do governo do Reino Unido, é muito, muito importante que todos percebam isso. Estamos a apenas a tentar proteger o povo da Ucrânia, protegê-los desta violência absolutamente barbárica", salientou o primeiro-ministro britânico.
Johnson, citado pela Reuters durante uma audiência com uma comissão parlamentar, também acrescentou que, para si, "Putin não é simplesmente de confiança".
Num discurso na semana passada na Polónia, a poucas centenas de quilómetros da guerra na Ucrânia, Joe Biden fez um discurso duro contra o homólogo russo, clamando: "Por amor de Deus, este homem não pode ficar no poder!".
Desde então, o secretário de Estado dos Estados Unidos da América, Antony Blinken, e outros oficiais da inteligência norte-americana, fizeram questão de vincar que as palavras de Biden foram mal-entendidas e que os EUA não pretendem retirar Putin à força.
O próprio Biden admitiu que o sentimento no discurso era genuíno, mas "emocional", e não é reveladora da estratégia do país que lidera.
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