Ucrânia. ONU nomeia juiz norueguês para investigar direitos humanos

A Organização das Nações Unidas (ONU) nomeou hoje o juiz norueguês Erik Mose, que integrou vários tribunais internacionais, para liderar uma investigação sobre violações dos direitos humanos na Ucrânia desde o início da invasão russa.

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Lusa
30/03/2022 22:36 ‧ 30/03/2022 por Lusa

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Erik Mose, ex-juiz do Supremo Tribunal da Noruega e do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, e que também presidiu ao Tribunal Penal Internacional para o Ruanda, foi agora nomeado presidente da recém-criada comissão de investigação internacional independente, segundo anunciou o Conselho de Direitos Humanos da ONU.

O presidente deste Conselho, Federico Villegas, nomeou outras duas personalidades que farão parte da equipa: Jasminka Dzumhur, mediadora de direitos humanos da Bósnia-Herzegovina, e o colombiano Pablo de Greiff, que foi o primeiro relator especial das Nações Unidas para a promoção da verdade, justiça e restituições.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou em 04 de março uma resolução a favor de uma comissão internacional de inquérito sobre as violações dos direitos humanos na Ucrânia, após a invasão russa de 24 de fevereiro.

O texto apresentado por Kiev condena "as violações dos direitos humanos e ataques a esses direitos resultantes da agressão da Federação Russa" e pede uma rápida retirada do exército russo.

Pede ainda a criação urgente por um período inicial de um ano de "uma comissão internacional independente de inquérito", o nível mais alto de inquérito do Conselho.

Os três investigadores serão responsáveis por "recolher, compilar e analisar as provas que atestam (...) violações" dos direitos humanos e do direito internacional humanitário, com vista a julgamentos futuros, e identificar os responsáveis por essas violações "para que eles respondam pelos seus atos".

Milhares de pessoas foram mortas desde que a invasão começou em 24 de fevereiro e mais de quatro milhões de ucranianos fugiram do seu país.

O Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, também está a investigar alegações de crimes de guerra na Ucrânia.

Ainda hoje, a Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, falou em "crimes de guerra" cometidos na Ucrânia desde a invasão de 24 de fevereiro.

Sendo que crimes de guerra devem ser comprovados em tribunal, a ex-presidente do Chile usou a condicional, por convenção. Bachelet não deixou dúvidas de que acredita que a Rússia é a principal culpada, embora não tenha isentado totalmente as forças ucranianas.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.189 civis, incluindo 108 crianças, e feriu 1.901, entre os quais 142 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: ONU não consegue contactar com alguns dos seus funcionários em Mariupol

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