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Ucraniano retido no México passa os dias no telefone à procura do pai

O pai ficou retido em Mariupol e Valerri não consegue ter notícias dele.

Notícias ao Minuto

10:51 - 31/03/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Ucrânia/Rússia

À sua frente tem uma praia paradisíaca, mas não consegue disfrutar dela. Em vez disso, Valerii Gorpenko, um ucraniano retido no México, fica sobretudo no seu hotel, nas redes sociais em busca de notícias do seu pai idoso, desaparecido na cidade sitiada ucraniana de Mariupol.

Estava de férias na costa caribenha do México quando a Rússia invadiu a Ucrânia e já não voltou para um país em guerra. Esta podia ter sido a sua sorte grande mas Gorpenko, de 47 anos, está há mais de três semanas sem ter notícias do Vladimir Gorpenko, o pai, de 72 anos.

Os bombardeamentos russos destruíram grande parte de Mariupol, outrora uma cidade de 400.000 pessoas, das quais milhares estão a tentar fugir. A casa de Vladimir não foi poupada segundo uma fotografia que circula nas redes sociais que mostra o edifício de vários andares incendiado.

Para encontrar o seu pai, Gorpenko publicou uma fotografia no Facebook.

"Tem sido impossível porque Mariupol está sob constante bombardeamento", disse Gorpenko à Reuters da praia mexicana de Playa del Carmen.

O hotel prolongou a sua estadia por um décimo do preço original depois de ele ter explicado que não podia ir para casa, e deu-lhe acesso à Internet para procurar pistas sobre o seu pai.

"Nos primeiros cinco dias, estivemos em contacto... Espero que ainda esteja vivo e escondido num abrigo anti-bombas", disse. 

O filho de 21 anos de Gorpenko, cidadão russo, está a terminar um curso universitário em Moscovo, e Gorpenko receia que possa ser recrutado para o exército russo.

Dezenas de ucranianos fugiram para o México nos últimos dias com a esperança de atravessar para os Estados Unidos, e muitos foram autorizados por oficiais norte-americanos a entrar no país e permanecer sem medo de deportação durante um ano.

Gorpenko já estava no México quando a invasão russa começou no dia 24 de Fevereiro, tendo deixado a Ucrânia uma semana antes para umas férias na praia com sete amigos. Os seus companheiros, com filhos na Ucrânia, regressaram à Europa. Com muitos amigos ainda em Mariupol, Gorpenko sabe que não é o único a tentar trazer as pessoas para um lugar seguro.

"Todos estão agora à procura, tentando de alguma forma salvar os seus entes queridos e tirá-los deste inferno", disse ele.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

Leia Também: Organizações nos Estados Unidos preparam acolhimento de refugiados

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