Ucrânia. Momentos mais importantes de cinco semanas de guerra
A invasão da Ucrânia pela Rússia começou há cinco semanas e já provocou a morte de centenas de civis e a fuga das suas casas de 10 milhões de ucranianos.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
Nos 35 dias que decorreram, estes foram os principais desenvolvimentos a registar.
Começo da invasão:
Na madrugada de 24 de fevereiro, o Presidente russo, Vladimir Putin, que tinha reunido mais de 150.000 soldados ao redor da Ucrânia, de acordo com Washington, anunciou uma "operação militar" para defender as "repúblicas" separatistas de Donbass, no leste da Ucrânia, cuja independência tinha sido reconhecida, três dias antes, pela Rússia.
Durante a manhã, as forças terrestres russas entram em território ucraniano.
A ofensiva provocou um clamor internacional.
Putin ameaça com "força de dissuasão":
No dia 26, o exército russo recebeu a ordem de aumentar a ofensiva na Ucrânia.
No dia seguinte, Vladimir Putin anunciou que estava a colocar a sua "força de dissuasão" em alerta e que isso poderia incluir uma componente nuclear. A Casa Branca denuncia uma escalada "inaceitável" do conflito.
A União Europeia anuncia, pela primeira vez na sua história, a compra e entrega de armas à Ucrânia.
Sanções em barda:
O Ocidente inflige à Rússia múltiplas sanções económicas e financeiras, cada vez mais severas, levando ao colapso do rublo.
Os espaços aéreos estão fechados, grandes empresas cortam laços com a Rússia, e o país vê-se excluído de eventos desportivos e culturais. A imprensa estatal russa passa a ser proibida na Europa.
Primeiras negociações:
No dia 28, começam as negociações entre a Rússia e a Ucrânia.
Vladimir Putin exige o reconhecimento da Crimeia como território russo, um "estatuto de neutralidade" na Ucrânia e a sua "desnazificação". Além disso, e provavelmente, mais importante que isso, Moscovo quer aquilo que pede há meses: a garantia de que Kyiv nunca entrará na NATO.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, elogiado em todo o mundo pela sua coragem, insta a União Europeia a integrar o seu país no bloco europeu "sem demora".
Cidades sob fogo russo:
A 02 de março, tropas aerotransportadas russas chegam a Kharkiv (norte), a segunda maior cidade do país, perto da fronteira com a Rússia.
Ao sul, Kherson, perto da Crimeia, cai nas mãos dos russos.
Os preços dos hidrocarbonetos, trigo e alumínio, dos quais a Rússia é um grande exportador, estão a subir em flecha e os mercados de ações a cair.
No dia 03, a Assembleia Geral das Nações Unidas vota, por maioria esmagadora, uma resolução não vinculativa a exigir o fim da ofensiva russa.
Moscovo pune severamente a disseminação de "informações falsas sobre o exército" e bloqueia o acesso a certas redes sociais e órgãos de comunicação social independentes
Retirada de civis:
No dia 08, começa a retirada de civis, através de "corredores humanitários", das cidades cercadas de Sumy (nordeste) e em torno de Kyiv. Outras operações são organizadas, nos dias seguintes, em Mykolaiv (sul) e Mariupol, um porto estratégico no mar de Azov.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, decreta um embargo ao gás e petróleo russos.
Os líderes dos 27 descartam qualquer rápida adesão da Ucrânia à UE, mas abrem as portas para laços mais estreitos.
"Crimes de guerra" em Mariupol:
No dia 19, Moscovo afirma ter usado, pela primeira vez, um míssil hipersónico 'Kinjal' para destruir um depósito de armas subterrâneo.
A UE denuncia "um grande crime de guerra" em Mariupol: dezenas de milhar de habitantes, carentes de tudo, estão retidos na cidade devastada, onde uma maternidade e um teatro, que serviam de refúgio a mulheres e crianças, foram bombardeados.
"Libertação de Donbass:
No dia 24, três cimeiras -- da NATO, do G7 e da UE -- reunem, em Bruxelas, os chefes de Estado e de Governo ocidentais. A Aliança Atlântica decide equipar a Ucrânia contra a ameaça química e nuclear, depois de anunciar o reforço das suas defesas no flanco leste.
No dia seguinte, Moscovo anuncia que se vai concentrar na "libertação de Donbass", parecendo rever os seus objetivos de guerra.
Em visita a Varsóvia, Joe Biden ataca violentamente Vladimir Putin, chamando-o "carniceiro" e dizendo que o Presidente russo não pode "permanecer no poder".
"Neutralidade" da Ucrânia em cima da mesa:
No dia 29, os negociadores russos e ucranianos dão conta de terem tido "discussões substanciais" no final de uma nova ronda de negociações em Istambul. A Ucrânia admite ser neutra se obtiver um "acordo internacional" que garanta a sua segurança.
Mas no dia seguinte, o Kremlin acaba com a esperança de paz ao afirmar que as negociações não deram origem a nada "muito promissor".
Trégua em Mariupol:
No dia 31, o Governo ucraniano envia 45 autocarros para retirar civis de Mariupol, depois de Moscovo ter anunciado, na véspera, uma trégua para permitir sua saída.
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