"Como culpados e principais instigadores da crise na Ucrânia, os Estados Unidos conduziram à expansão da NATO a leste, em cinco etapas, nas últimas duas décadas", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian, em conferência de imprensa.
"O número de membros da NATO aumentou de 16 para 30, e [a Aliança] expandiu-se para leste, abrangendo mais 1.000 quilómetros, para locais perto da fronteira russa, encurralando a Rússia contra um muro, passo a passo", acrescentou.
Embora a China diga que tem uma posição neutra no conflito em curso na Ucrânia, Pequim declarou uma parceria "sem limites" com Moscovo.
O país asiático recusou-se a condenar a invasão e opôs-se às sanções internacionais decretadas contra a Rússia.
Os órgãos oficiais chineses não se referem ao conflito no território ucraniano como uma invasão ou guerra, adotando a linguagem de Moscovo, que classifica a ação como uma "operação militar especial".
Os comentários de Zhao surgem no mesmo dia em que os líderes da China e da UE estão reunidos, via videoconferência, numa cimeira na qual a questão da Ucrânia deve dominar as discussões.
Autoridades da UE dizem que querem que a China se comprometa a não minar as sanções impostas a Moscovo e a ajudar nos esforços para parar com a guerra.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.232 civis, incluindo 112 crianças, e feriu 1.935, entre os quais 149 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: Guerra domina cimeira UE-China tendo em vista apoio para fim do confronto