A presidente da Comissão Europeia disse, esta sexta-feira, que a China tinha uma "responsabilidade especial" na posição que toma em relação ao conflito na Ucrânia. Ursula von der Leyen sublinhou, após a cimeira entre a UE e a China, que tem que haver "respeito pelo direito internacional e pela soberania e integridade territorial da Ucrânia".
"Esperemos que como membro do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) tome responsabilidades", referiu, lembrando que a China tem "influência na Rússia".
"E o comércio entre a China e a Rússia é de apenas 330 milhões de euros por dia, portanto um prolongamento da guerra e as perturbações que esta traz à economia mundial não é do interesse de ninguém", exemplificou.
Von der Leyen referiu-se ainda à luta contra às alterações climáticas, dizendo que o aumento dos combustíveis - um dos efeitos colaterais do conflito de Putin com os países do Ocidente, que considera "pouco amigáveis" - deveria servir como motivação para "avançar nas energias renováveis e na descarbonização".
Durante a cimeira entre os dois países, os líderes trouxeram ainda para cima da mesa o tema da Covid-19. "A União Europeia é pioneira no que diz respeito a fornecer vacinas a nível global", referiu, especificando que a enquanto o bloco exportou 2 mil milhões de vacinas, a China exportou 1.2 mil milhões.
UE avisa China para "não interferir" nas sanções impostas pelo bloco
Foi feito ainda um aviso à China para "não interferir" nas sanções da UE à Rússia nem apoiar militarmente o regime russo na guerra na Ucrânia, numa cimeira que ocorreu num "momento decisivo".
"A cimeira de hoje não foi certamente como habitual [pois] realizou-se numa atmosfera muito sóbria e num contexto da guerra russa na Ucrânia e foi bom termos tido hoje um diálogo muito aberto e muito franco com o Presidente Xi e o primeiro-ministro Li" da China, afirmou Ursula von der Leyen.
A líder do executivo comunitário deixou claro que "este não é apenas um momento decisivo para o continente [europeu], mas é também um momento decisivo para a relação [da UE] com o resto do mundo", assim como "para a ordem global baseada em regras" pois "nada ficará como era antes da guerra".
"Discutimos isso e também o facto de que nenhum cidadão europeu compreenderia qualquer apoio à capacidade da Rússia para fazer a guerra e, além disso, isso levaria a um grande prejuízo para a reputação da China aqui na Europa", alertou.
Do lado da UE, participaram nesta cimeira por videoconferência os presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acompanhados pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Já a China esteve representada pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e pelo Presidente chinês, Xi Jinping.
Open and frank exchange today at the 🇪🇺🇨🇳 Summit
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) April 1, 2022
There must be respect for international law and Ukraine’s sovereignty and territorial integrity.
China, as a Permanent member of the UN Security Council, has a special responsibility.
https://t.co/3pp8VSAqUH
[Notícia atualizada às 14h59]
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