"O massacre de Busha foi deliberado. Os russos querem eliminar o maior número possível de ucranianos. Devemos prendê-los e expulsá-los. Exijo novas sanções devastadoras do G7 AGORA", publicou o ministro na rede social Twitter.
"Região de Kiev. Inferno no século 21. Os corpos de homens e mulheres que foram mortos com as mãos amarradas. Os piores crimes do nazismo estão de volta à Europa. Isso foi feito deliberadamente pela Rússia", publicou o assessor da Presidência ucraniana, Mykhailo Podoliak, no Twitter.
Comparando Busha ao massacre de Srebrenica na Bósnia em 1995, Podoliak acusou o Ocidente de tentar "não provocar os russos" para evitar uma Terceira Guerra Mundial.
"Como resultado, o mundo viu um horror indescritível de desumanidade em Busha, Irpin, Gostomel. Centenas, milhares de pessoas mortas, dilaceradas, violadas, amarradas, violadas novamente e mortas novamente", afirmou Podoliak.
"Vocês ainda vão tentar virar as costas? Organizar outra cimeira para se preocuparem e balançarem a cabeça?", afirmou o assessor, dirigindo-se aos líderes europeus.
A responsáveis pelos direitos humanos do Parlamento ucraniano, Liudmila Denissova, por sua vez denunciou um "genocídio" e um "crime contra a humanidade", pedindo julgamentos e sentenças muito severas à "horda bárbara da Rússia".
As forças ucranianas só conseguiram penetrar completamente em Busha há alguns dias, ocupada pelos russos e permaneceu inacessível por quase um mês.
A agência e notícias AFP viu no sábado os corpos sem vida de pelo menos vinte homens com roupas civis numa rua de Busha. Um dos homens tinha as mãos amarradas e os corpos estavam espalhados por várias centenas de metros.
A causa de sua morte não pode ser determinada imediatamente, mas uma pessoa tinha um grande ferimento na cabeça, adiantam.
"Todas essas pessoas foram baleadas", "eles [os russos] mataram com uma bala na nuca", assegurou à AFP o autarca de Busha, Anatoly Fedorouk.
"Em Busha, já enterramos 280 pessoas em valas comuns" porque era impossível fazê-lo nos três cemitérios do município, todos ao alcance dos soldados russos, acrescentou Fedorouk.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, também denunciaram hoje os "atos revoltantes" e as "atrocidades" cometidas pelo Exército russo em Busha e na região de Kiev.
O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, pediu hoje o reforço das sanções económicas contra a Rússia, após um "terrível crime de guerra" que ocorreu em Busha, na Ucrânia.
Os russos, ao se retirarem, deixam para trás "um desastre total e muitos perigos", declarou ainda o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
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