Covid-19. Xangai defende separação de crianças infetadas dos pais

As autoridades de Xangai defenderam hoje a sua política de separar crianças que testam positivo para a covid-19 dos pais, à medida que a 'capital' económica da China enfrenta o seu pior surto desde o início da pandemia.

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Lusa
04/04/2022 13:24 ‧ 04/04/2022 por Lusa

Mundo

Coronavírus

Xangai é o epicentro do pior surto de covid-19 ocorrido na China desde que o novo coronavírus foi detetado no centro do país, no final de 2019.

A grande maioria dos 25 milhões de habitantes de Xangai está sob confinamento.

O Ministério da Saúde anunciou mais de 9.000 novos casos positivos em Xangai nas últimas 24 horas - 95% assintomáticos. O município está a testar todos os moradores.

Na China, quem testa positivo, mesmo casos assintomáticos ou com sintomas ligeiros, é isolado em instalações designadas pelo governo.

As autoridades de Xangai confirmaram, esta segunda-feira, que esta medida também abrange crianças.

Se um dos pais também estiver infetado "pode acompanhar a criança e cuidar dela", num centro designado, "onde ambos serão tratados", disse Wu Qianyu, funcionário dos serviços de saúde municipais.

Mas, "se os membros da família não testarem positivo", os filhos serão separados dos pais, sublinhou Wu, em conferência de imprensa.

Os maiores de 7 anos serão alojados em centros de quarentena e os menores de 7 anos, se estiverem sozinhos, serão atendidos pelos centros de saúde públicos.

Vídeos não verificados difundidos nas redes sociais chinesas mostram crianças pequenas e bebés desacompanhados em centros de quarentena, causando indignação entre os internautas.

"Os pais devem agora cumprir condições para acompanhar o filho? Absurdo! Isto é apenas um direito básico", apontou um internauta, na rede social Weibo, o equivalente ao Twitter na China.

"Os serviços de saúde de Xangai são desumanos", reclamou outro. "Se eu fosse pai, seria infetado de propósito para poder acompanhar o meu filho", escreveu um terceiro.

A frustração está a aumentar em Xangai, devido à incapacidade das autoridades de derrotar o atual surto.

Após várias semanas de encerramentos direcionados de edifícios residenciais específicos, a cidade optou por confinamentos restritos nas partes leste e oeste da metrópole -- que deveriam durar quatro dias cada.

Mas as medidas de confinamento continuam em grande parte da cidade.

Os moradores têm reclamado das dificuldades em conseguir bens essenciais.

Embora muitas fábricas e empresas financeiras tenham conseguido continuar a operar, isolando os seus funcionários, o bloqueio da 'capital' financeira da China e importante centro de transporte e fabrico deve ter um impacto económico significativo para o país.

Xangai converteu um centro de exposições e outras instalações em enormes centros de quarentena, onde pessoas com sintomas leves ou sem sintomas são alojadas em camas separadas por divisórias temporárias.

As empresas que continuaram a operar estão a implementar estratégias de "circuito fechado", que isolam os funcionários de fora.

Milhares de corretores de ações e outros funcionários do setor financeiro estão a dormir nos seus escritórios, de acordo com o jornal Daily Economic News.

A covid-19 é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

Leia Também: Surto de Covid-19 obriga China a enviar militares para Xangai

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