As marchas, que cobriram os quatro pontos cardeais da capital da Venezuela, coincidiram com o segundo dia de exercícios militares e policiais Escudo Bolivariano 2025, que levou mais de 19.000 militares às ruas de Caracas e à realização de 28 manobras práticas.
"Viva o 23 de janeiro! Hoje a Venezuela comemora 67 anos da insurreição popular de 1958, que procurou resgatar a verdadeira democracia e a soberania da pátria", escreveu Nicolás Maduro na sua conta do Instagram.
Na mesma rede social o Presidente da Venezuela sublinhou que os venezuelanos "recordam o espírito rebelde do grande Fabrício Ojeda (1929 -- 1966) e dos mártires que saíram em união cívico-militar, representando a esperança de um povo que hoje, graças à revolução, não está indefeso".
"A luta do povo nunca mais será traída", sublinhou o Chefe de Estado.
Por outro lado, o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, assinalou a data com uma mensagem no Telegram recordando que "num dia como o de hoje, um movimento civil-militar pôs fim à ditadura de Marcos Pérez Jiménez".
"Hoje prestamos homenagem aos estudantes, trabalhadores e mulheres que lutaram bravamente por liberdade e justiça. Após o regime de Pérez, a Venezuela enfrentou um período de governos neoliberais que culminou com a chegada do Comandante Hugo Chávez e o triunfo do projeto emancipador bolivariano", frisou o ministro.
Aos jornalistas, o comandante da Região Estratégia de Defesa Integral da Capital (REDI -- Capital), major-general Dílio Rodríguez, explicou que "ficou demonstrado que, nesta fusão, o povo, as Forças Armadas e as organizações de segurança cidadã formam verdadeiramente um sistema defensivo inexpugnável que nos permite garantir a paz, a tranquilidade e a integridade de tudo".
Explicou ainda que os exercícios na REDI-Capital incluiu o Distrito Capital e os vizinhos estados de Miranda e La Guaira, onde foram realizados "mais de 28 exercícios com mais de 19.000 oficiais, fusionados com o poder popular" para a defesa da integridade do território.
As celebrações do aniversário da queda da ditadura têm lugar depois de em 10 de janeiro o Presidente Nicolás Maduro tomar posse para um terceiro mandato de seis anos, apesar de a oposição contestar os resultados das últimas eleições presidenciais.
A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao Presidente e candidato à sua reeleição, Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição contesta aqueles resultados e afirma que Edmundo González Urrutia (atualmente exilado em Espanha) obteve quase 70% dos votos.
O anúncio dos resultados foi objeto de protestos nas ruas, fortemente reprimidos pelas forças de segurança, violência que resultou em 27 mortos e 192 feridos, tendo as autoridades venezuelanas detido mais de 2.400 pessoas, segundo dados oficiais.
Marcos Pérez Jiménez (1914 - 2011), foi um político e militar venezuelano que exerceu como presidente de facto da Venezuela entre 2 de dezembro de 1952 e 23 de janeiro de 1958.
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