O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitou a primeira intervenção internacional desde a tomada de posse, na Cimeira de Davos, Suíça, para criticar as políticas do antecessor, Joe Biden, que considera um "fracasso" e gabou-se da vitória eleitoral, afirmando que se trata de uma "revolução do senso comum".
"Foi uma semana verdadeiramente histórica nos Estados Unidos. O que o mundo testemunhou nas últimas 72 horas é uma revolução do senso comum. O nosso país será, em breve, mais forte, mais rico e mais unido do que nunca e todo o planeta será mais pacífico e próspero como resultado deste incrível impulso", começou por dizer Trump, numa intervenção virtual no Fórum Económico Mundial.
Sobre a decisão de sair do Acordo Climático de Paris, que as Nações Unidas e a União Europeia ainda esperavam que Trump reconsiderasse, o norte-americano acabou com as dúvidas e afirmou que não vai recuar e também terminará com os incentivos "insanos e caros" para os carros elétricos.
"Vamos deixar que as pessoas comprem o carro que quiserem comprar", sublinhou o presidente dos Estados Unidos.
Além disso, Donald Trump considerou que o cessar-fogo na Faixa de Gaza "não existiria" sem a intervenção da sua administração e que agora "é tempo de acabar com a guerra na Ucrânia".
Trump mantém exigência de 5% para "todos os países da NATO" e ataca UE
Donald Trump garantiu que vai "pedir a todos os países da NATO que aumentem as contribuições para a Defesa em 5% do PIB".
"É o que já devia acontecer há anos", justificou.
Ainda na temática das relações externas, o presidente norte-americano acusou a União Europeia de tratar os Estados Unidos de "forma muito injusta".
"Não compram os nossos produtos agrícolas, nem os nossos carros. Adoro a Europa, mas os processos são muito lentos e tratam os Estados Unidos de forma muito injusta com a aplicação do IVA e outros impostos. Agora querem ir atrás do Facebook. São empresas americanas, temos de as defender", afirmou o chefe de Estado norte-americano.
Esforços de paz entre Rússia e Ucrânia "estão agora, esperamos, em curso"
Quanto ao tema da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o presidente norte-americano afirmou que os esforços de paz entre os dois países estão "esperançosamente" em curso.
"Os nossos esforços para garantir um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia estão agora, esperamos, em curso. É muito importante que isso seja feito. É um campo de morte absoluto. Milhões de soldados estão a ser mortos", referiu.
Este comentário de Trump sobre a guerra surge apesar de o agora chefe de Estado norte-americano ter prometido acabar com o conflito logo no primeiro dia de administração. Praz que acabou por não cumprir.
No entanto, o presidente desafiou a Arábia Saudita e a OPEP a baixarem o preço do petróleo, argumentando que "se o preço baixasse, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia terminaria imediatamente".
"Vou pedir à Arábia Saudita e à OPEP que baixem o preço do petróleo. Têm de o fazer e, francamente, surpreende-me que não o tenham feito antes das eleições. Isso não mostrou muito amor. Já o deviam ter feito há muito tempo. São, de facto, muito responsáveis, até certo ponto, pelo que está a acontecer", acrescentou Trump.
[Notícia atualizada às 17h02]
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