Numa declaração conjunta à chegada para uma reunião ministerial em Bruxelas, capital da Bélgica e sede das principais instituições da União Europeia (UE), os governantes consideraram que qualquer acordo que fique pela metade dará tempo ao Kremlin de se reorganizar e repetir a invasão que hoje cumpre o terceiro aniversário.
"O cessar-fogo, na nossa opinião, seria um erro fatal neste momento. Apenas daria a [Presidente russo, Vladimir] Putin a oportunidade de recuperar, rearmar-se, reforçar-se e voltar a invadir a Ucrânia", sustentaram os ministros.
Em simultâneo, os governantes disseram que pode estar em causa "qualquer outro objetivo" no continente europeu.
"Por isso, precisamos de permanecer fortes e de continuar a procurar uma solução duradoura e justa", disse, em nome deste bloco de países, o ministro lituano dos Negócios Estrangeiros, Kestutis Budrys.
A Finlândia também fez parte desta declaração conjunta, mas devido a um atraso, o ministro finlandês não pôde estar presente.
Na ótica destes seis países, a UE devia aumentar o apoio político-militar à Ucrânia e, para isso, devia começar por utilizar os mais de 300 milhões de bens russos congelados.
Os ministros dos 27 países do bloco comunitário, incluindo o português Paulo Rangel, participaram numa cerimónia simbólica, permanecendo em silêncio por um minuto, enquanto soavam as mesmas sirenes que a população ucraniana ouve cada vez que os mísseis ou outros projéteis russos atingem áreas residenciais.
Há precisamente três anos, em 24 de fevereiro de 2022, a Ucrânia foi invadida pela Rússia. A ofensiva militar inicial de Moscovo chegou quase à capital e permaneceu nos arredores de Kiev durante as primeiras semanas. As Forças Armadas ucranianas conseguiram repelir esta ofensiva e fazê-la recuar, mas, entretanto, a Federação Russa já tinha ocupado partes substanciais das regiões do Donetsk e Lugansk (também ocupa desde 2014 a península da Crimeia).
A guerra degenerou num conflito de atrito, com poucos avanços e recuos de ambas a partes, enquanto a Ucrânia tem insistido nos pedidos de mais armamento, nomeadamente munições, sistemas de defesa antiaérea, aeronaves de combate, e insistido no pedido para aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Os países da União Europeia avançaram com a promessa de garantias de segurança para a Ucrânia, mas os Estados Unidos da América, sob a liderança do republicano Donald Trump avançram com negociações unilaterais com a Rússia, sem incluir a Ucrânia ou a UE.
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