Sem luz e privados de comida. Os 500 dias dos reféns israelitas em Gaza

No sábado, foram libertados seis reféns. Dois deles foram mantidos em cativeiro durante uma década.

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© Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images

Notícias ao Minuto
24/02/2025 14:34 ‧ há 2 horas por Notícias ao Minuto

Mundo

Médio Oriente

No sábado, o Hamas libertou seis reféns israelitas. Agora, livres, muitos deles têm revelado às famílias as condições que tiveram de enfrentar durante o tempo que estiveram sequestrados. 

 

De acordo com o jornal The Jerusalem Post, que cita testemunhos dados à imprensa israelita, alguns dos reféns estiveram algemados, passaram fome e não viram a luz do dia durante os mais de 500 dias em que foram mantidos em cativeiro.

Eliya Cohen, Shem Tov, Omer Wenkert e Tal Shoham

Eliya Cohen contou que esteve algemado durante períodos longos. O jovem e os companheiros de cativeiro foram, numa fase inicial, mantidos em túneis com acesso limitado a luz. 

Revelou ainda que, ocasionalmente, os membros do Hamas acendiam lanternas nos seus olhos, uma forma de manipulação psicológica. Também comiam junto dos reféns que estavam privados de comida.

Eliya Cohen foi sequestrado no dia 7 de outubro no festival de música Supernova. Estava acompanhado pela noiva e só no dia em que foi libertado, soube que estava viva.

Já Shem Tov, de 22 anos, era obrigado a vestir-se de mulher muçulmana quando era levado para diferentes locais. Houve até um momento, em que o jovem desceu para um túnel dentro de um balde. O luso-israelita revelou também que os capturadores lhe cuspiam e o amaldiçoavam.

Durante o período em que esteve em cativeiro, perdeu cerca de 17 kg. Ainda assim, manteve a fé e celebrou o kiddush, embora não tivesse quase recursos para o fazer.

"Não viu a luz". Luso-israelita passou cativeiro nos túneis do Hamas

O jovem, atualmente com 22 anos, foi raptado por militantes do Hamas no Festival de Música Supernova no ataque de 7 de outubro de 2023.

Notícias ao Minuto | 22:50 - 22/02/2025

No dia da sua libertação, Shem Tov foi também obrigado a beijar dois membros do Hamas. O pai do jovem contou que o filho foi forçado a fazê-lo, assim como a acenar.

Quando estava a ser transportado no helicóptero para o hospital, Shem Tov escreveu numa placa: "Quer um hamburguer". Um momento que a sua família descreveu como símbolo de resiliência.

Shem Tov, Tal Shoham e Omer Wenkert estiveram juntos em cativeiros nos últimos oito meses, revelando que as condições eram insuportáveis. Desde a humidade, perda de peso e a completa falta de noção em relação ao mundo. 

Os três contaram que, antes de serem libertados, o Hamas lhes deu comida para que parecessem saudáveis quando fossem entregues à Cruz Vermelha.

Segundo conta o The Jerusalem Post, os três reféns acabaram por criar uma ligação como se fossem irmãos.

A família de Omer Wenkert, numa entrevista à KAN News, afirmou que o filho trouxe mensagens daqueles que ainda se encontram em cativeiro, revelando que Omer quer ajudar os que ficaram para trás. 

Hisham Al-Sayed e Avera Mengistu foram reféns durante uma década

Irreconhecível após dez anos mantido em cativeiro, Hisham Al-Sayed, segundo a equipa médica, está com traumas psicológicos extremos, depois de anos de tortura.

Por sua vez, e embora tenha reconhecido a sua família, Avera Mengistu terá falado muito pouco e lutava para se conseguir comunicar. A sua família afirmou que o seu estado de saúde mental era muito preocupante.

Leia Também: Luso-israelita beijou membro do Hamas. "Até lá gostam dele", diz a avó

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