Numa intervenção feita por videoconferência durante uma reunião de vários líderes internacionais em Kiev, quando se assinala o terceiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, Starmer quis enviar uma "mensagem simples e clara".
"O Reino Unido está convosco hoje e todos os dias, desde Sua Majestade o Rei aos trabalhadores do NHS (Serviço Nacional de Saúde) que se voluntariaram nos hospitais da Ucrânia e às comunidades que acolheram os refugiados ucranianos no seu coração", afirmou.
Starmer disse que "neste triste aniversário, este é um momento de unidade" e apelou para que os aliados de Kiev "trabalhem em conjunto para moldar o resultado".
"A Rússia não tem todas as cartas na mão nesta guerra, porque os ucranianos têm a coragem de defender o seu país, porque a economia russa está em dificuldades e porque já perdeu a maior parte das suas forças terrestres e da sua frota do Mar Negro nesta invasão inútil. Por isso, é preciso aumentar ainda mais a pressão para conseguir uma paz duradoura, e não apenas para fazer uma pausa nos combates", argumentou o chefe do governo britânico.
Além da intensificação do apoio militar à Ucrânia, em que Starmer prometeu 4,5 mil milhões de libras (5,4 mil milhões de euros) do Reino Unido este ano, o primeiro-ministro britânico afirmou querer "aumentar a pressão económica para levar Putin a um ponto em que esteja disposto não só a falar, mas também a fazer concessões".
O governo britânico pretende hoje anunciar o que descreve como "o maior pacote de sanções do Reino Unido desde os primeiros dias da guerra" que deverá incluir mais navios da 'frota sombra' russa (usados para contornar as sanções contra as vendas de petróleo e gás russos) e empresas chinesas e de outros países que fornecem componentes militares à Rússia.
Starmer quer também que o G7, o grupo dos sete países mais industrializados, com o qual vai reunir-se hoje, assuma "mais riscos" e imponha outras medidas, como o limite do preço do petróleo, e sancione as grandes petrolíferas russas e bancos que permitem a evasão de Moscovo às sanções económicas.
O primeiro-ministro britânico reiterou também a disponibilidade do Reino Unido para contribuir para uma força de manutenção de paz, juntamente com outros países europeus e com o apoio dos Estados Unidos, "vital para dissuadir a Rússia de lançar outra invasão dentro de poucos anos".
"O Presidente Trump mudou a conversa global nas últimas semanas e criou uma oportunidade. Agora temos de acertar nos aspetos fundamentais.
Se queremos que a paz perdure, a Ucrânia deve ter um lugar à mesa e qualquer acordo deve basear-se numa Ucrânia soberana, apoiada por fortes garantias de segurança", vincou.
Leia Também: Xi diz a Putin que está "feliz por ver esforços" para pôr fim à guerra