Alemanha expulsa 40 diplomatas russos, invocando massacre de Bucha

O Governo alemão declarou 40 diplomatas russos da embaixada de Berlim "persona non grata", instando-os a deixar o país, informou hoje a ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock.

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Lusa
04/04/2022 18:04 ‧ 04/04/2022 por Lusa

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Ucrânia

De acordo com um comunicado da diplomacia alemã, os diplomatas russos visados são pessoas que "trabalham dia a dia contra a nossa liberdade e contra a nossa coesão social", representando um regime de "incrível brutalidade", como ficou provado pelas imagens de crimes de guerra cometidos na cidade ucraniana de Bucha.

"Tememos que imagens semelhantes tenham sido captadas em outras cidades ocupadas por tropas russas", continua o comunicado, segundo o qual, perante esta "brutalidade", se torna necessário com a "força da nossa liberdade".

Os diplomatas que foram declarados 'persona non grata' são membros da Embaixada russa em Berlim cujo trabalho, segundo a diplomacia alemã, constitui "uma ameaça para quem procura proteção".

Baerbock anunciou ainda "outras reações", que serão acordadas com os seus parceiros, aludindo ao reforço das sanções que a União Europeia (UE) previsivelmente vai adotar.

A ministra alemã também diz concordar com o apoio do reforço de tropas no flanco leste da NATO.

Até agora, a Alemanha rejeitou a possibilidade de um embargo total às importações de gás, petróleo ou carvão russos, apesar da forte pressão de parceiros como a Polónia ou os países bálticos, para dar esse passo.

Aquela que é a maior economia europeia depende fortemente da energia russa, já que 55% do gás que importa vem desse país, enquanto as percentagens relacionadas com carvão ou petróleo rondam os 50%.

O ministro da Economia e do Clima, Robert Habeck, admitiu que esses suprimentos não podem ser cortados imediatamente.

Hoje, a Lituânia também já tinha anunciado a expulsão do embaixador da Rússia e o encerramento do consulado russo na cidade lituana de Klaipeda, em resposta às ações militares de Moscovo na Ucrânia.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

[Notícia atualizada às 18h25]

Leia Também: Reino Unido pede suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos

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