"Horrores em Bucha são apenas a ponta do icebergue", diz MNE ucraniano
Dmytro Kuleba afirmou que os russos vão tentar tomar mais cidades nas regiões de Donetsk e Lugansk.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, esteve em Varsóvia, esta segunda-feira, com a homóloga britânica, Liz Truss, onde avisou que as imagens dolorosas do massacre em Bucha são apenas "a ponta do icebergue", prevendo cenários piores em zonas ainda controladas pelos russos.
"O que viram, os horrores que vimos em Bucha, são apenas a ponta do icebergue do que são os crimes cometidos pelo exército russo até agora", disse Kuleba.
As palavras do governante surgem na mesma tarde em que a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, avisou que o cenário em Borodyanka, a 23 quilómetros a oeste de Bucha, será ainda mais devastador.
Dmytro Kuleba também declarou que "a Ucrânia ganhou a batalha de Kyiv", mas avisou que "a guerra continua". "Estamo-nos a preparar para uma nova ofensiva à larga-escala a leste na Ucrânia", disse.
Segundo Kuleba, os russos "vão tentar capturar mais territórios em Donetsk e Lugansk", num movimento para prender os ucranianos na região de Kherson, e "vão tentar tomar a ensanguentada Mariupol".
Para o ministro ucraniano, a situação humanitária em Mariupol é "sem exagero e com grande lamento muito pior comparativamente ao que vimos em Bucha e noutras cidades". A cidade portuária continua completamente cercada pelos russos, bombardeada diariamente, e a ajuda humanitária não consegue entrar para dar mantimentos às dezenas de milhares de pessoas nem para resgatar.
Na conferência de imprensa em Varsóvia esteve também presente Liz Truss, ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, que pediu a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas e o fim da importação de gás russo.
Kuleba concordou e condenou o comércio e as importações de energia do Ocidente, que, diz, "abastecem a máquina de guerra russa".
A guerra na Ucrânia fez pelo menos cerca de 3.500 mortos, segundo os dados da ONU, que avisa que o número real de mortos deverá ser muito maior, devido aos constrangimentos para contabilizar mortos em zonas cercadas e bombardeadas pelos russos.
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