Ex-líder de milícia no Darfur declara-se inocente no TPI

O antigo líder de uma milícia envolvida no conflito no Darfur, há quase 20 anos, declarou-se hoje inocente de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade na abertura do seu julgamento no Tribunal Penal Internacional (TPI).

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© Getty Images

Lusa
05/04/2022 11:14 ‧ 05/04/2022 por Lusa

Mundo

Darfur

"Declaro-me inocente de todas as acusações, sou inocente de todas essas acusações, não sou culpado de nenhuma acusação", disse Ali Muhammad Ali Abd-Al-Rahman, 72, funcionário do ex-presidente sudanês Omar al-Bashir.

Também conhecido pelo seu nome de guerra Ali Kosheib, o arguido é acusado de 31 crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos em 2003 e 2004 no Darfur.

Ex-líder da milícia Janjawid, força auxiliar do Governo sudanês, Abd-Al-Rahman é a primeira pessoa a ser julgada no TPI, que fica em Haia, nos Países Baixos, pelas atrocidades cometidas no Darfur.

O conflito começou quando membros de minorias étnicas pegaram em armas para lutar contra o regime de Cartum, dominado pela maioria árabe.

Cartum respondeu com os Janjawids, uma força saída das tribos nómadas da região.

O conflito terá feito 300.000 mortos e 2,5 milhões de deslocados, segundo as Nações Unidas.

Pelo menos 45 pessoas morreram na semana anterior à abertura do julgamento de Abd-Al-Rahman, em novos confrontos tribais nesta região do oeste do Sudão, regularmente palco de violência, segundo as autoridades de segurança locais.

Leia Também: Crimes contra humanidade. Oposição venezuelana apoia decisão do TPI

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