"Declaro-me inocente de todas as acusações, sou inocente de todas essas acusações, não sou culpado de nenhuma acusação", disse Ali Muhammad Ali Abd-Al-Rahman, 72, funcionário do ex-presidente sudanês Omar al-Bashir.
Também conhecido pelo seu nome de guerra Ali Kosheib, o arguido é acusado de 31 crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos em 2003 e 2004 no Darfur.
Ex-líder da milícia Janjawid, força auxiliar do Governo sudanês, Abd-Al-Rahman é a primeira pessoa a ser julgada no TPI, que fica em Haia, nos Países Baixos, pelas atrocidades cometidas no Darfur.
O conflito começou quando membros de minorias étnicas pegaram em armas para lutar contra o regime de Cartum, dominado pela maioria árabe.
Cartum respondeu com os Janjawids, uma força saída das tribos nómadas da região.
O conflito terá feito 300.000 mortos e 2,5 milhões de deslocados, segundo as Nações Unidas.
Pelo menos 45 pessoas morreram na semana anterior à abertura do julgamento de Abd-Al-Rahman, em novos confrontos tribais nesta região do oeste do Sudão, regularmente palco de violência, segundo as autoridades de segurança locais.
Leia Também: Crimes contra humanidade. Oposição venezuelana apoia decisão do TPI