Numa mensagem publicada na rede social Telegram, Vadym Boychenko afirmou que, "após o genocídio generalizado cometido em Bucha, os principais líderes da Rússia ordenaram a destruição de qualquer evidência dos crimes cometidos pelo seu exército em Mariupol".
"Há uma semana, algumas estimativas cautelosas indicavam 5.000 mortos [em Mariupol]. Mas, dado o tamanho da cidade, a destruição catastrófica, a duração do bloqueio e a resistência feroz, dezenas de milhares de civis de Mariupol podem ter sido vítimas dos ocupantes russos", sublinhou.
Em Mariupol, às margens do Mar de Azov e com meio milhão de habitantes no período pré-guerra, restam apenas 160.000 pessoas que, segundo o Governo de Kiev, não têm água, eletricidade, medicamentos ou outros serviços básicos devido aos ataques e ao cerco a que a cidade foi submetida durante semanas pelas tropas russas.
O autarca da cidade acredita que a Rússia "não tem pressa" em autorizar qualquer operação humanitária para retirar civis da cidade e está a ter o cuidado de silenciar potenciais testemunhas das "atrocidades cometidas".
Vadym Boychenko também acusou os russos de "recrutar terroristas locais" e membros de brigadas especiais para apoiá-los nessas tarefas.
"O mundo não viu uma tragédia com a magnitude que Mariupol está a experimentar desde os campos de concentração nazis", afirmou Boychenko.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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