"É apenas o primeiro passo. Um comité de iniciativa apresentou o pedido junto da comissão eleitoral", indicou Dina Gassieva, porta-voz presidencial da Ossétia do Sul, em declarações à agência noticiosa Efe.
Gassieva sublinhou que "o verdadeiramente importante" é que "todos os presidentes da história da Ossétia do Sul solicitaram o pedido", que conta com 26 assinaturas.
A porta-voz referia-se ao atual líder da Ossétia do Sul, Anatoli Bibilov, e aos seus antecessores, Liudvig Chibirov, Eduard Kokoiti e Leonid Tibilov.
"O referendo deverá decorrer dois ou três meses após a conclusão do procedimento estipulado pela legislação eleitoral", assinalou.
"Apoia a unificação da Ossétia do Sul com a Rússia?" será a pergunta colocada aos eleitores na consulta.
Bibilov afirmou na semana passada acreditar que "a união com a Rússia é (...) objetivo estratégico (do território)".
"(é) O nosso caminho. O anseio do nosso povo", acrescentou.
Recordou ainda que o povo da Ossétia do Sul "está dividido", numa alusão à Ossétia do Norte, uma região limítrofe que integra a Federação da Rússia.
"O objetivo consiste em que [ambas as Ossétias] integrem o mesmo Estado. E esse Estado é a Rússia", declarou.
A Rússia reconheceu a independência face à Geórgia das regiões da Ossétia do Sul e da Abecásia em 26 de agosto de 2008, duas semanas após a assinatura de um acordo que pôs termo a um breve conflito na Ossétia do Sul e a uma rotunda derrota infligida às forças georgianas pelo exército russo.
O reconhecimento foi seguido pela Venezuela, Nicarágua, Nauru e Síria, mas condenado por grande parte da comunidade internacional.
"Neste caso trata-se de uma expressão da opinião do povo sul osseta. Nós respeitamo-la", disse na semana passada Dmitri Peskov, porta-voz da presidência russa.
Por sua vez, a Geórgia qualificou de "inaceitável" e "ilegítimo" o eventual referendo de unificação com a Rússia.
"Qualquer referendo é inaceitável para a Geórgia quando o território está ocupado [pela Rússia] e milhares de georgianos foram expulsos devido à limpeza étnica e não podem regressar a casa", assinalou David Zalkaliani, ex-chefe da diplomacia da Geórgia e substituído há dias após ser nomeado embaixador nos Estados Unidos.
No entanto, assegurou que a "Geórgia não tem a intenção de recorrer à força para restaurar a sua integridade territorial, e este é o seu dever legal, apoiado pela comunidade internacional".
A Ossétia do Sul, situada no lado sul das grandes montanhas do Cáucaso e com 3.900 quilómetros quadrados, tem uma população de apenas 53.000 pessoas, segundo os dados oficiais.
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