Paris convoca embaixador russo após comentário "indecente" sobre Bucha

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês convocou hoje novamente o embaixador russo em Paris, por considerar "indecente" um comentário da representação diplomática nas redes sociais sobre os abusos cometidos na cidade ucraniana de Bucha.

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© Daniel Pier/NurPhoto via Getty Images

Lusa
07/04/2022 11:24 ‧ 07/04/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Diante da indecência e da provocação da comunicação da Embaixada da Rússia em França sobre os abusos de Bucha, decidi convocar ao Quai d'Orsay esta manhã o embaixador russo", Alexei Meshkov, anunciou o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian.

Em causa está uma mensagem na rede social Twitter publicada pela embaixada russa, entretanto removida, intitulada "film set" [cenário de filmagens] em comentário a uma foto de uma multidão de jornalistas no que parece ser uma rua em Bucha, sugerindo que os massacres de civis cometidos naquela cidade foram uma encenação.

De acordo com a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, os restos mortais de 410 civis foram encontrados em Bucha e outros territórios da região de Kiev recentemente recuperados às tropas russas.

Moscovo nega responsabilidade pela morte dos civis em Bucha, tendo o Kremlin e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, alegado "falsificações" e montagens para a imprensa.

De acordo com a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, que considera os meios de comunicação ocidentais "cúmplices" nesta "falsificação", o lado ucraniano executou civis nesta cidade ou transportou corpos para lá para fins de encenação.

Em 25 de março, o embaixador russo já tinha sido convocado ao Quai d'Orsay, local onde se encontra o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, após a publicação de caricaturas na conta da embaixada no Twitter mostrando europeus lambendo as nádegas do Tio Sam, figura que simboliza os Estados Unidos.

Como muitas outras capitais europeias, França também anunciou na segunda-feira a expulsão de diplomatas russos, 35 neste caso, cujas atividades são consideradas "contrárias aos interesses" do país.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Ucrânia: França "condena fortemente" atos cometidos em Busha

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