"É muito, muito positivo. Saudamo-lo", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov em conferência de imprensa.
"É evidente que o processo vai prolongar-se durante muito tempo", sublinhou Peskov, que qualificou a iniciativa como "positiva" por demonstrar a vontade dos dois países "em avançarem para um acordo de paz".
Após um encontro entre o primeiro-ministro da Arménia e o Presidente do Azerbaijão, realizado na quarta-feira em Bruxelas sob mediação da União Europeia, Nikol Pashinian e Ilham Aliev, respetivamente, pediram aos seus chefes da diplomacia para "iniciarem os preparativos para as conversações de paz entre os dois países".
Num comunicado divulgado hoje, o governo arménio indica ter sido "alcançado um acordo" naquele encontro "para o estabelecimento de uma comissão bilateral sobre as questões dos limites fronteiriços".
A comissão vai ficar responsável pelas garantias de segurança e estabilidade ao longo da fronteira, disse à agência France-Presse uma fonte que acompanhou o encontro.
As ex-Repúblicas soviéticas da Arménia e do Azerbaijão lutam há três décadas pela região de Nagorno-Karabakh, território com maioria arménia e que declarou a secessão do Azerbaijão.
A última guerra na região ocorreu em novembro de 2020. Sob a mediação de Moscovo, a Arménia e o Azerbaijão firmaram um cessar-fogo que pôs fim ao conflito armado de seis semanas e a Rússia enviou "forças de manutenção de paz" para a região.
Os combates, que fizeram mais de 6.500 mortos em 2020, ficaram marcados pela derrota da Arménia cujo governo foi obrigado a ceder importantes territórios que controlava desde a primeira guerra do início dos anos 1990.
A região do Nagorno-Karabakh separou-se do Azerbaijão após o colapso da União Soviética, tendo a guerra dos anos 1990 provocado a morte de 30 mil pessoas e milhares de refugiados.
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